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 link para a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde Elaborada em janeiro 2009
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Ambiência

O que é Ambiência?

Ambiência na saúde compreende o espaço físico, social, profissional e de relações interpessoais que deve estar em sintonia com um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.

A Política Nacional de Humanização tem como uma de suas diretrizes a valorização da ambiência, com organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho. Baseada na idéia de transversalidade e indissociabilidade da atenção e gestão, de projetos co-geridos de ambiência como um dispositivo, para contribuir na mudança das relações de trabalho.

Essa compreensão de ambiência como diretriz da Política Nacional de Humanização é norteada por três eixos principais:

1. O espaço que visa a confortabilidade;
2. O espaço como ferramenta facilitadora do processo de trabalho e
3. A ambiência como espaço de encontros entre os sujeitos.

Confortabilidade

É importante conceber ambiências confortáveis e acolhedoras, de modo a favorecer a privacidade e individualidade dos usuários do serviço e trabalhadores que usam o espaço; valorizando a utilização de componentes do ambiente que interagem com as pessoas, em especial, a cor, a luz, as texturas, os sons, os cheiros e a inclusão da arte nas suas mais diferentes formas de expressão. Esses componentes atuam como qualificadores e modificadores do espaço, estimulando a percepção ambiental e quando utilizados com equilíbrio e harmonia, criam ambiências acolhedoras que podem contribuir no processo de produção de saúde e de espaços saudáveis.

Espaço como facilitador do processo de trabalho

A ambiência isoladamente não altera o processo de trabalho, mas pode ser usada como uma ferramenta que contribua para as mudanças, através da co-produção dos espaços aspirados pelos profissionais de saúde e pelos usuários, com funcionalidade, possibilidades de flexibilidade, garantia de biossegurança relativa à infecção hospitalar, prevenção de acidentes biológicos e com arranjos que favoreçam o processo de trabalho.

Espaço de encontros entre os sujeitos

O modo de produção coletiva dos espaços se relaciona ao método da inclusão adotado pela PNH como um dispositivo de transformação, que propicie a criação de espaços coletivos (oficinas, rodas) para discussão e decisão sobre as intervenções no espaço físico dos serviços de saúde.

 


Ambiência e inclusão

A PNH aposta que a discussão do espaço físico pode ser usada como algo que reúna as pessoas, possibilitando a criação de espaços coletivos para a discussão dos projetos arquitetônicos e intervenções na ambiência. Interferir num espaço físico vai além da arquitetura prescritiva, que diz o que pode ou não ser feito.

A proposta da humanização é que, ao serem criados esses espaços coletivos com a inclusão de diferentes saberes para as discussões da transformação na ambiência, se favoreça a problematização sobre os modos de operar, as práticas instituídas e os processos de trabalho nesse espaço, contribuindo para o aumento da capacidade de análise e intervenção sobre esses processos e a construção de novas situações, relações de trabalho e convivência.

A produção do projeto arquitetônico para as mudanças nos espaços deve ser pautada na discussão coletiva e problematização do processo de trabalho, favorecendo a co-produção desse espaço de produção de saúde.

A ambiência que a PNH difunde é aquela que inclui os gestores, trabalhadores e usuários na discussão e construção do projeto, aproveitando para explorar outros registros e problematizar o processo de trabalho e os modelos de atenção, que podem implicar inclusive em mudanças nas concepções e normas instituídas.

Dicas para se implantar um projeto co-gerido de ambiência nas unidades de saúde:

•  Criar um espaço coletivo para discussão e decisão sobre as intervenções no espaço. Pode ser por meio de uma oficina de ambiência ou uma roda de discussão onde estejam incluídos gestores do serviço/rede, trabalhadores, representantes dos usuários, profissionais de arquitetura e engenharia.

•  Pensar numa dinâmica de trabalho com o grupo que inclua a presença de um apoiador/facilitador.

• Promover discussão sobre o modelo assistencial e os processos de trabalho que acontecem ou acontecerão no lugar da intervenção, descrevendo esses processos por meio de fluxogramas analisadores, diagramas ou outro instrumento que o grupo achar mais adequado.

•  Verificar o que a normatização traz sobre os espaços para a determinada unidade ou serviço referente aos ambientes necessários, características, instalações e dimensões.

•  Elaborar a descrição dos espaços físicos necessários e seus arranjos de acordo com o processo de trabalho que se pretende no local, considerando / problematizando as exigências das normas.

Esse processo e seu produto será o subsídio para os profissionais de arquitetura e engenharia desenvolverem um ótimo projeto para a intervenção no espaço físico, garantindo a participação dos usuários do espaço.

Mais informações sobre ambiência estão disponíveis na cartilha da PNH sobre o tema, acessível através da página http://www.saude.gov.br/humanizasus

 

 IMPORTANTE