Goiânia, 07 de novembro de 2005.

CONSULTA DE ENFERMAGEM AOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

Fabiana Zerbieri Martins

Kelin Cristiane Böck

Margrid Beuter

O diabetes mellitus é considerado um problema de saúde pública e uma das maiores causas de hospitalização no Brasil. Acreditamos que a enfermagem necessita estabelecer uma relação educativa entre enfermeiro e indivíduos diabéticos buscando o autocuidado na tentativa de reduzir as complicações e as reinternações hospitalares deste público. As complicações do diabetes, tais como as neuropatias, retinopatias, coronariopatias e nefropatias, reduzem drasticamente a qualidade de vida do portador. O nosso cotidiano evidenciou que a dificuldade na mudança de estilo de vida e na adaptação à rotina de cuidados pode comprometer o tratamento dos clientes. Neste sentido, o enfermeiro necessita buscar ações que visem uma adesão ao tratamento incluindo adaptação à dieta, a rotina de atividades físicas e a terapêutica medicamentosa. Diante disso, o objetivo deste relato de experiência foi identificar possíveis dificuldades na adesão ao tratamento e elaborar um plano de cuidados para fornecer suporte terapêutico e emocional aos clientes. O trabalho foi desenvolvido com clientes portadores de Diabetes Tipo 1 e 2, encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde ao Ambulatório do Hospital Universitário de Santa Maria para consultas de enfermagem nas terças-feiras à tarde no período de 07/06 a12/07/2005. Utilizamos folders, cartazes e figuras ilustrativas para alcançar nossos objetivos. A maioria dos clientes possui diabetes há muito tempo e chega à consulta de enfermagem com complicações graves como: cegueira, amputações, complicações renais e ulcerativas. As evidências apontam que, os entraves burocráticos, a baixa resolutividade, as falhas e a fragilidade das ações do Sistema Único de Saúde fazendo com que a maioria da população brasileira não tenha o atendimento, o tratamento e a atenção que necessitam. Ressaltamos o papel que a família exerce no contexto emocional do cliente que, muitas vezes, cumpre tarefas de cuidados e também exige educação e apoio da equipe de enfermagem. Constatamos durante as consultas de enfermagem que a clientela possui pouco conhecimento referente à patologia, oferece resistência às orientações e demonstra dificuldade de participação no tratamento. Sendo assim, nos angustia a deficiência na resolutividade do serviço e entendemos que a enfermagem deve assumir o papel de multiplicadora de conhecimentos, a fim de melhorar as condições de vida do portador de diabetes, considerando seus aspectos físicos, emocionais, sociais, políticos e econômicos.


Correspondência para: Fabiana Zerbieri Martins, e-mail: fzm@mail.ufsm.br