Goiânia, 07 de novembro de 2005.

CONSTRUINDO UM CURRÍCULO NA ENFERMAGEM: UMA EXPERIÊNCIA EMANCIPADORA

Denise Krieger Koeche

Jaqueline Aparecida Erig Omizzolo

Tânia Mara da Silva Bellato

Kenya Schmidt Reibnitz

Marta Lenise do Prado

Silvia Regina Moraes

Neila Santini de Souza

Daniela Linhares Ghisleri

A necessidade de acompanhar as mudanças e inovações do mundo contemporâneo, bem como de adequar-se às diretrizes legais da educação e da saúde no país, tem mobilizado as instituições de ensino, especificamente os cursos da área da saúde a repensarem seus modelos de formação, pautados no compromisso de transformação social. A Enfermagem tem buscado provocar mudanças nos modelos assistenciais e de formação preparando profissionais não somente para suprirem as necessidades do mercado de trabalho mas para serem capazes de lutar por melhores condições de saúde para a população (Loureiro e Vaz, 2000). Este estudo trata de um relato de experiência de reestruturação curricular do Curso de Graduação de Enfermagem da UNIPLAC, Lages/SC consolidada através da construção de seu projeto político pedagógico – PPP, concebido como um processo democrático de decisão coletiva norteador da proposta curricular do curso. Tem como objetivo demonstrar a trajetória metodológica percorrida durante o movimento de reestruturação curricular vivenciada coletivamente entre os atores envolvidos no processo. A proposta metodológica pautou-se no Planejamento Participativo (Gandin,2000). O movimento inicial deu-se com a sensibilização da comunidade universitária através de fóruns de discussão no intuito de firmar o compromisso institucional e individual e de propiciar o desvelamento crítico da realidade a ser transformada. Para a operacionalização da proposta constituíram-se grupos operacionalizantes compostos por representantes do corpo docente e discente com apoio técnico-pedagógico de consultoria externa. Destaca-se que a articulação dos grupos foi facilitada com a criação de um espaço virtual para divulgação e reflexão coletiva. O segundo movimento, oficinas reflexivas, possibilitou a análise da trajetória histórica do curso e a (re)construção de conceitos, pressupostos e perfil profissional, resultando nos marcos situacional e norteador. A elaboração do marco operacional, terceiro movimento, deu-se a partir de oficinas de trabalho ocorridas em pequenos grupos. O material produzido nestas oficinas foi socializado em plenárias deliberativas culminando com a definição da matriz curricular. Conclui-se que para implantar uma proposta de ensino emancipadora, faz-se necessário o envolvimento e comprometimento individual, coletivo e institucional voltados para atitudes crítico-reflexivas de reconstrução permanente.

Correspondência para: Denise Krieger Koeche, e-mail: denisekk@uniplac.net