Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO PARA O CUIDADO: REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA

Ana Célia Caetano de Souza

Maria José Matias Muniz Filha

Lariza Martins Falcão

Edna Maria Camelo Chaves

Adriana Bessa Fernandes Medeiro

Ana Virgínia Melo Fialho

Ana Ruth Macedo Monteiro

Lúcia de Fátima da Silva

INTRODUÇÃO: A enfermagem profissional data do século XIX com Florence Nightingale, tendo desde então, ocorrido divisão técnico-social da sua equipe, ocasionando fragmentação de suas tarefas. No Brasil, a formação profissional teve início em 1923 com a criação da escola de enfermeiros do Departamento Nacional de Saúde Pública, cujo objetivo era a melhoria das condições sanitárias e de saúde pública no Brasil. Em 1949, a lei 775/49 uniformizou o ensino de enfermagem, embora a ênfase do processo recaia sobre a execução de tarefas. Hoje, pode-se aventar que as mudanças contemporâneas no currículo de enfermagem têm acompanhado as transformações sociais-políticas e econômicas no país, suscitando reflexões na prática profissional, bem como sobre o processo de formação profissional para esta prática. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo refletir a formação do enfermeiro para o cuidado na prática profissional. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo reflexivo, com base na experiência profissional de enfermeiras, tanto no âmbito da assistência quanto no do ensino de enfermagem, respaldadas na literatura pertinente ao tema. RESULTADOS: A reflexão acerca do processo de formação da enfermeira para a prática profissional permite analisar que apesar das mudanças ocorridas no currículo de enfermagem, culminando na elaboração do Projeto Político Pedagógico (PPP), cuja ênfase está no modelo holístico (centrado no homem), os enfermeiros não têm conseguido, na prática cotidiana dos seus processos de trabalho, consolidar essas transformações, visto que as ações cuidativas ainda são fragmentadas e aprisionadas no modelo biomédico (centrado na doença). CONSIDERAÇÕES FINAIS: O novo paradigma não tem transformado a realidade profissional da enfermagem, isto repercute na reprodução do modelo tradicional de ensino e da ênfase dada as técnicas e procedimentos de enfermagem. Ainda, pode-se avaliar que apenas a implantação de novos currículos nas escolas não tem possibilitado mudanças significativas na prática profissional. Há uma necessidade, portanto, que tais transformações se dêem no próprio ser que cuida, permitindo-lhe refletir e alcançar novas concepções, focalizadas no ser humano, afinal é ele o sujeito do seu cuidar.

Correspondência para: Ana Célia Caetano de Souza, e-mail: anacc@ufc.br