Goiânia, 07 de novembro de 2005.

SALA DE ESPERA: ESTRÁTEGIA DE RESGATE DA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO

Ana Célia Caetano de Souza

Adriana Rocha Simião

Débora Sâmara Guimarães Dantas

Liduína Patrícia Alves Lins

Priscila David de Lima Damasceno

Maria José Matias Muniz Filha

Maria Rocineide Ferreira da Silva

Thereza Maria Magalhães Moreira

A humanização é um tema de constante debate por se apresentar como uma necessidade para um atendimento qualificado ao usuário do serviço, podendo se traduzir como melhoria da relação profissional-paciente. Na prática, isso tem sido vivenciado nas Salas de Espera. Este é um recurso direcionado aos usuários de serviços ambulatoriais e consiste em palestras de tema de interesse da comunidade assistida, democratizando as informações sobre prevenção e promoção da saúde. São desenvolvidas dinâmicas de grupo de caráter mobilizador e que envolvam o usuário em uma discussão aberta e participativa sobre os temas propostos. Este espaço vem sendo utilizado por diversos profissionais, sobretudo pela Enfermagem, como um momento de aproximação com o cliente, estabelecendo um relacionamento interpessoal na assistência à saúde o que contribui significativamente na estimulação deste, contribuindo para que para que assuma seu papel de agente ativo no processo de cuidado. A partir disso, queremos caracterizar a Sala de Espera como uma estratégia para o resgate da humanização do cuidado. Para tanto, foi realizada uma pesquisa descritiva na qual foram analisados artigos e vivências que focalizavam a educação em saúde na perspectiva da Sala de Espera como ação humanizadora. A partir das vivências dos professores e acadêmicos, respaldadas na literatura pesquisada, observou-se que a prática dialógica foi capaz de contribuir para o resgate da subjetividade no serviço de saúde. A Sala de Espera tem a capacidade de propiciar o convite à reflexão, tendo em vista que, dentro do processo educativo, a conscientização só acontece quando o receptor da informação a vê como importante para si mesmo. É ainda facilitadora da relação estabelecida no consultório, pois aproxima o paciente de uma realidade acolhedora e oferece espaço para que este seja ouvido, compreendido e respeitado. Para os profissionais, serve de parâmetro para analisar o conhecimento dos usuários do serviço sobre os temas abordados, o que dá suporte para intervenções mais efetivas. É fundamental a existência de um modelo de gestão do trabalho nos serviços de assistência à saúde que seja capaz de propiciar reflexões sobre o processo saúde-doença e sua relação com o modo de lidar com a vida de cada um na perspectiva individual e coletiva, primando pela humanização do serviço. Com isso, a implementação de ações e a consecução dos resultados esperados serão facilitadas.

Correspondência para: Ana Célia Caetano de Souza, e-mail: anacc@ufc.br