Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PERFIL DOS CUIDADORES DA REGIÃO DE UM CENTRO DE SAÚDE EM CAMPINAS-SP.

Beatriz Tomaz de Abreu

Maria Lucia Bristotti Fernandes de Mello

Eulália Maria Aparecida Escobar

A longevidade da população e a desospitalização precoce são tendências mundiais que têm levado as famílias de pacientes dependentes, à responsabilidade do seu cuidado no domicílio; tornando-se assim, imprescindível que os profissionais de saúde conheçam as necessidades e dificuldades do cuidador e a sua estrutura familiar. O presente estudo teve por finalidade identificar o perfil dos cuidadores informais de pacientes com déficit de autocuidado, cadastrados em um centro de saúde da região Sudoeste de Campinas-SP, apresentar as suas dificuldades apontadas relativas ao seu papel de cuidador e verificar qual a contribuição do serviço de saúde local para minimizar as dificuldades identificadas. Este trabalho tratou-se de um levantamento descritivo transversal de natureza quantitativa com coleta de dados primários, por meio de formulário, utilizado na entrevista de 16 cuidadores informais que constituíram a amostra da pesquisa. Identificamos que 93,8% dos cuidadores são mulheres, 62,5% são casadas, algumas exercem atividades fora do lar, estão na faixa etária de 45 a acima de 65 anos e cuidam de indivíduos com deficiências incapacitante sendo que quinze destes indivíduos são dependentes do Sistema Único de Saúde. Estes cuidadores não praticam nenhuma atividade física, 62,3% são portadores de alguma patologia crônica e cinco deles não têm com quem fazer rodízio para ter um tempo para algum lazer. Têm em média de dois a quatro dependentes da renda mensal familiar que compreende de três a cinco salários mínimos. Cerca de 50% destes recebe somente uma visita da equipe de saúde da família a cada dois meses ou mais. Os cuidadores identificam todos os componentes da equipe visitante, entretanto a presença do enfermeiro não foi referida por nenhum deles. Conclui-se que os sujeitos pesquisados apresentam um perfil bastante precário do ponto de vista econômico, social inerente a sua própria condição de vida e que a sua qualidade de vida fica mais comprometida ainda, quando este se torna um cuidador informal. Também verificou-se a necessidade da maior participação e atuação do enfermeiro nas visitas das equipes de saúde da família assim como foi possível concluir que o serviço de saúde local não consegue atender adequadamente as necessidades dos cuidadores apontadas neste estudo.

Correspondência para: Beatriz Tomaz de Abreu, e-mail: bibi_tomaz@ig.com.br