Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ALEITAMENTO MATERNO EM PREMATUROS INTERNADOS EM UM HOSPITAL ESCOLA

Fernanda Yeza

Ariadna de Cássia Tardim Oliveira da Silva

Carmen Gracinda Silvan Scochi

INTRODUÇÃO: Atualmente com o aumento da sobrevida dos recém-nascidos pré-termo muitas discussões tem surgido sobre qual a melhor maneira de alimentá-los e qual o melhor leite. Acreditamos que o leite materno é o melhor leite para o prematuro devido às inúmeras vantagens afetivas, biológicas e sociais. Apesar de todas as vantagens inquestionáveis apontadas pela literatura, a prevalência do aleitamento materno ainda é reduzida em prematuros ou não, não atingindo as recomendações nacionais e internacionais, ou seja, aleitamento exclusivo até os 6 meses. Na instituição onde desenvolvemos nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão, inúmeras estratégias foram implantadas visando ao incentivo do aleitamento materno entre os bebês prematuros e de baixo peso ao nascer. OBJETIVO: Conhecer as características da alimentação láctea dos prematuros e o impacto das práticas sobre os indicadores do aleitamento materno por ocasião da alta hospitalar. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo. Os dados foram coletados a partir de um levantamento de prontuários de bebês assistidos nas unidades neonatais no período de 09/2003 a 08/2004, os quais atendiam aos critérios de inclusão. O registro dos dados se deu em formulário próprio com as características gerais dos recém-nascidos e informações sobre a alimentação. RESULTADOS: Constatamos o predomínio de nascimentos por parto cesárea (60,3%), com Apgar de 7-10 (49,1%) no 1º minuto e de 7-10 (85,3%) no 5º minuto, prematuridade moderada (59,5%) e muito baixo peso (56,1%) ao nascer. Com relação ao início da alimentação láctea, esta ocorreu desde o primeiro dia de vida extra-uterina até 7 dias após. Em 102 (87,9%) dos recém-nascidos o primeiro alimento lácteo foi administrado por gavagem. A ocorrência de alimentação oral foi maior entre os recém-nascidos com peso superior a 1500g (75%). Predominou o aleitamento misto (48,3%), seguido do aleitamento materno exclusivo (28,4%) e artificial (23,3%). O aleitamento materno exclusivo foi mais prevalente entre os prematuros nascidos com peso acima de 1500g, enquanto que o aleitamento artificial prevaleceu entre aqueles com pesos menores ao nascer. Apenas 9 (7,8%) crianças iniciaram o seio materno. Na alta encontramos um índice de aleitamento materno de 76,7% porém apenas 28,4% em aleitamento materno exclusivo. CONCLUSÃO: Apesar das práticas de incentivo ao aleitamento materno praticadas pela equipe de saúde observamos que o índice de aleitamento está abaixo do recomendado.

Correspondência para: Ariadna de Cássia Tardim Oliveira da Silva, e-mail: aritardim@yahoo.com.br