Goiânia, 07 de novembro de 2005.

GENOTIPAGEM E MOTIVAÇÃO

Isabela Baroni

Ariadna de Cássia Tardim Oliveira da Silva

Anapaula Morais Fernandes

Roberta Sanches Seron

Mariana Machado

INTRODUÇÃO: A resistência do HIV aos anti-retrovirais é produto da alta taxa de replicação e mutação viral. Além de não responderem adequadamente à terapêutica anti-retroviral, esses vírus podem ser transmitidas, representando um potencial problema de saúde pública. Genotipagem tem sido realizada com o objetivo de 1) pesquisar o padrão de mutações responsáveis pela falha terapêutica de causa viral do paciente; 2) inferir o perfil de resistência desta variante e 3) aconselhamento clínico na decisão do esquema anti-retroviral de resgate terapêutico. OBJETIVOS: Analisar a motivação dos pacientes em relação à adesão ao tratamento anti-retroviral após a realização da genotipagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo prospectivo longitudinal, onde foram entrevistados, por meio de um questionário estruturado, 25 pacientes portadores da infecção pelo HIV-1, que apresentaram falência terapêutica e foram submetidos ao exame de genotipagem para o direcionamento do resgate terapêutico. RESULTADOS: Todos os pacientes, 25/25 (100%), relataram que faziam uso irregular dos medicamentos antes da genotipagem. Após serem submetidos ao exame, 5 (20%) pacientes ainda apresentam dificuldades na adesão ao tratamento anti-retroviral, devido aos efeitos colaterais. Os efeitos colaterais mais freqüentemente observados foram: rash cutâneo em 7 (28%) dos pacientes; neuropatia periférica em 6 (24%); náusea e sonolência em 5 (20%); e insônia em 3 (12%) dos pacientes. No aspecto motivacional, 20/25 (80%) pacientes relataram melhor adesão ao tratamento anti-retroviral após a realização da genotipagem, mesmo que os indesejáveis efeitos colaterais estejam presentes. Sendo que 21/25 (84%) dos pacientes já haviam sido submetidos ao resgate terapêutico sem a previa realização da genotipagem. Destes, 6/21 (28,5%) pacientes realizaram de uma a duas trocas do esquema terapêutico; 11/21 (52,3%) de três a quatro; 4/21 (19%) mais que quatro. CONCLUSÃO: A realização da genotipagem, além de ser utilizada no direcionamento clínico para o resgate terapêutico, parece influenciar no comportamento do paciente em relação à adesão ao tratamento, visto que os pacientes apresentaram-se mais motivados em aderir o esquema terapêutico após serem submetidos à genotipagem.

Correspondência para: Ariadna de Cássia Tardim Oliveira da Silva, e-mail: aritardim@yahoo.com.br