Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ESTILO DE VIDA DA GESTANTE E IMPLICAÇÕES NO CUIDADO EM SAÚDE.

Alinny Rodrigues Lamas

Diva Cristina Morett Leão

Valdecyr Herdy Alves

Thalita Rocha Oliveira

Tainara Serodio Amim Rangel

A gestação é um fenômeno fisiológico, portanto, sua evolução ocorre, na maioria dos casos, sem intercorrências. Apesar disto, existe uma parcela de gestantes que por características especiais ou por sofrerem algum agravo apresentam uma série de complicações no período gestacional. Dentre os fatores que podem contribuir para a evolução da gestação em alto risco pode-se apontar: hábitos de vida e estado emocional desfavoráveis, os quais remetem ao seu estilo de vida. Um problema que surge na assistência de pré-natal a gestante, é que, pouco se conhece sobre a formação de seu estilo de vida, sendo elaborado vários conceitos e preconceitos sobre a vida da gestante, muitas vezes de cunho moral. O nosso referencial teórico procura entender a realidade objetiva e subjetiva da gestante, no contexto da determinação psicossocial da saúde. Temos como objetivo: Identificar aspectos objetivos e subjetivos da vida da gestante que influenciam no processo gestacional, numa perspectiva psicossocial. A pesquisa é do tipo exploratória-quantitativa. O universo considerado abrange a unidade de internação de gestantes de alto risco de um hospital universitário do Rio de Janeiro. A amostragem foi de 18 questionários. Dos sujeitos pesquisados: 50% eram adolescentes, 89% encontravam-se no 3° trimestre de gestação e, apenas 11% no 2º trimestre. As patologias de maiores incidências que justificaram as internações foram: a hipertensão arterial crônica (27%), amniorexe prematura (11%) e hipertensão arterial gestacional (10%). Os achados foram arrumados em duas temáticas: hábitos de vida e estado emocional. Sobre os hábitos de vida: 17% das gestantes fumam, 39% já fumaram, 50% fazem uso de bebida alcoólica e 39% ingerem dieta hiperssódica. Sobre o estado emocional, somente 33% das gestantes se consideram tranqüilas, enquanto que 67% apresentam transtornos emocionais (28% deprimidas e 39% estressadas). Concluímos que os hábitos considerados não saudáveis, tais como tabagismo, uso de bebida alcoólica, alimentação hiperssódica e também, o estado emocional desfavorável, foram expressivos nesse trabalho, mostrando a importância de uma intervenção adequada à objetividade e subjetividade da gestante no pré-natal, para que esta conduza sua gestação até o parto sem intercorrências, desde modo, reduzindo o índice de internações. Enfim, o estilo de vida é primordial para a manutenção da qualidade da saúde materna e fetal, e para isso requer maior participação da gestante no seu autocuidado.

Correspondência para: Alinny Rodrigues Lamas, e-mail: alinnylamas@ig.com.br