Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE E SEUS PROFISSIONAIS NA PREVENÇÃO DO HIV

Betina Hörner Schlindwein Meirelles

Alacoque Lorenzini Erdmann

INTRODUÇÃO: Estudo qualitativo, que envolveu diversos atores sociais e elaborado a partir da tese de doutorado “Viver saudável em tempos de Aids: a interdisciplinaridade e a complexidade no contexto da prevenção da infecção pelo HIV”. OBJETIVO: Conhecer a atuação dos serviços de saúde na prevenção da infecção pelo HIV, na percepção de diversos atores sociais envolvidos na problemática. METODOLOGIA: Foram selecionados: profissionais de saúde que atuam na prevenção/controle da Aids; membros de instituições religiosas, instituições de ensino superior, organizações governamentais, como Assembléia Legislativa, Ministério Público, Secretarias de Justiça, de Educação e de Saúde contemplando a coordenação de projetos específicos na área; membros de ONGs que atuam na prevenção, controle e defesa dos direitos dos portadores do HIV/Aids; pessoas que vivem com HIV/Aids e familiares; membros da sociedade em geral entre representantes do Conselho Estadual de Saúde, sindicato de trabalhadores e de empresas, totalizando 27 pessoas. Os dados foram obtidos através de encontros individuais, caracterizados como momentos de dialogicidade, que abordaram valores, atitudes e experiências individuais de interesse para o estudo. Adotamos a análise descritiva e interpretativa, que seguiu as etapas: leitura exaustiva dos textos, desconstrução e unitarização do corpus, e elaboração das unidades de sentido e categorias. RESULTADOS: A questão do envolvimento ou não dos profissionais de saúde nas ações é considerada relevante, e ainda existem categorias profissionais refratárias às novas informações e atividades de prevenção a infecção pelo HIV. Atitudes discriminatórias e preconceituosas por parte dos profissionais nos serviços de saúde é fato indesejado e não aceitável diante das informações disponíveis e do seu papel social. Certas estratégias de prevenção exigem a participação e atuação maior dos profissionais de saúde, e a conseqüente estruturação dos serviços de saúde. Existem esforços neste sentido, enfocando o desenvolvimento de ações de prevenção à Aids como: aconselhamento, postura ética, descentralização e articulação entre os demais serviços. CONCLUSÕES: A atuação dos serviços de saúde e seus profissionais, a quem cabe a responsabilidade profissional e na estrutura social o controle da epidemia, tem avançado no decorrer dos anos. Mas, existem aspectos a serem discutidos e reavaliados para uma atuação mais efetiva frente à sociedade em que estão inseridos.

Correspondência para: Betina Hörner Schlindwein Meirelles, e-mail: betinam@nfr.ufsc.br