Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PERFIL DOS PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS EM UMA UNIDADE COM PSF

Juliane Cardoso Villela

Maria de Fátima Mantovani

Verônica de Azevedo Mazza

Letícia Morgana Giacomozzi

Julia Konieczniak

As doenças crônicas são caracterizadas por uma história natural prolongada, multiplicidade de fatores de risco, havendo para a sua constituição interação de vários fatores etiológicos e biológicos conhecidos e desconhecidos. O processo de adoecimento da maioria destas enfermidades é longo com momentos de remissão e exacerbação das manifestações clínicas evoluindo para graus variados de incapacidade e morte, sendo que várias delas, como a hipertensão arterial tem uma incidência elevada na população brasileira. Neste contexto realizou-se um estudo de natureza descritiva, em uma unidade do Programa Saúde da Família, da Região Metropolitana de Curitiba, local de desenvolvimento de um projeto de extensão da Universidade Federal do Paraná, com o objetivo de caracterizar a população, os fatores de risco e identificar portadores de doenças crônicas da área de abrangência da unidade. Foram entrevistados 67 sujeitos, na primeira etapa do trabalho, por meio de entrevistas semi-estruturadas nos domicílios. Observou-se que, dos entrevistados 85% relatam ter doenças crônicas, destes, 40% estão inseridos no programa de hipertensão e 12% referem fatores de risco, sendo os mais citados: a inatividade física com 71%, tabagismo 44% e etilismo referido 27%; há presença de antecedentes familiares para as doenças crônicas em 69% dos entrevistados e há 21% de presença de complicações da enfermidade de base como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio. A maioria dos entrevistados (46%) são adultos na faixa etária dos 40 a 59 anos, 78% são do sexo feminino e 49% são casados, cuja renda concentra-se entre 1 a 3 salários mínimos. 86% dos entrevistados possuem ensino fundamental incompleto ou não são alfabetizados, 31% são aposentados e 33% realizam atividades relacionadas ao lar. Verificou-se nesta etapa do trabalho alta prevalência de morbidade percebida, pois 45% dos entrevistados referem ter algum tipo de doença crônica, mesmo não sendo cadastrados na unidade. Frente aos dados levantados considera-se necessário avaliar o acesso aos programas de saúde da unidade e refletir sobre a forma mais eficaz de melhorar o conhecimento desta população sobre o processo saúde-doença, em especial aos portadores de doença crônica.

Correspondência para: Juliane Cardoso Villela, e-mail: jucardoso@pop.com.br