Goiânia, 07 de novembro de 2005.

IMAGEM OU MIRAGEM? A REALIDADE REVELADA DO MODELO ASSISTENCIAL NO PSF

Amanda Núbia Costa.

Elenice Pinheiro dos Santos

Evelyn Cristina Pinto

Giselle de Paula Uzuelli

Maria Ambrosina Cardoso Maia

Raquel Dully Andrade

As tentativas do governo para melhorar a assistência à saúde, levaram à reorganização da Atenção Básica, à implementação do Programa Saúde da Família (PSF) e a uma assistência voltada para prevenção, condizente com o novo modelo assistencial e que suprisse as necessidades básicas da população. O PSF está em desenvolvimento e parece ser o futuro da saúde pública, daí a relevância de estudar o novo modelo no contexto do programa. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar a estratégia de assistência à saúde da família a partir do relato de médicos e enfermeiros. A pesquisa é de natureza descritiva, e análise qualitativa, feita em nove das dezessete unidades de PSF de Passos/MG, sendo pesquisados dezoito profissionais, entre médicos e enfermeiros. A seleção das unidades deu-se por amostra aleatória simples e os dados coletados por meio de entrevista semi-estruturada com questões abertas, gravadas em fita cassete e transcritas na íntegra. Os resultados mostraram que, a implantação do PSF, trouxe melhoria no acesso aos serviços de saúde, maior vínculo dos profissionais com a comunidade e melhor assistência com maior resolutividade na Atenção Básica. Como objetivos da assistência, foram citados: melhor qualidade de vida, prevenção, promoção e tratamento de doenças. O programa foi definido como uma ponte entre equipe de saúde e família. Os relatos apontam a influência da gerência da unidade no tipo de assistência oferecida e mostram que o uso dos impressos se restringe ao preenchimento, não sendo usados para avaliação e planejamento. As visitas domiciliares são de prática curativas e para pessoas que não podem ir à unidade, não sendo feitas visando abordagem familiar e social do processo saúde-doença. Notou ser grande a demanda espontânea por consulta médica baseada na queixa e as tentativas para reduzi-la não obtiveram êxito. Foi declarada a necessidade de mais funcionários com perfil, a separação do PSF da UBS e da política partidária, a sistematização da assistência, a mudança o modo de contratação. Conclui-se que a implantação do PSF trouxe conquistas, mas apresenta limites significativos em relação à mudança do modelo assistencial. Para superar tais limites deve ser reciclado o modo de prestar cuidado em saúde, que foi discutido neste trabalho e diz respeito às várias formas de agir dos profissionais, que na maioria das vezes, ainda segue o modelo biomédico. Logo, a consolidação das propostas do PSF tem um longo caminho rumo ao novo modelo assistencial.

Correspondência para: Amanda Núbia Costa. , e-mail: amandanubiac@yahoo.com.br