Goiânia, 07 de novembro de 2005.

INTERNAÇÕES OBSTÉTRICAS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO EM 2004

Fábio Luís da Silva Nardi

Aline Silva da Fonte

Juliana Dias Vieira

Rosane Harter Griep

Jordana Braga de Azevedo

Ana Ines Souza

Lithiane Monnerat

A morbi-mortalidade de mulheres por complicações da gravidez, parto e puerpério é reflexo da qualidade da assistência recebida durante o ciclo gravídico-puerperal, e seriam evitadas através da assistência pronta, oportuna e adequada em todos os níveis da assistência. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil das internações obstétricas, em mulheres com a faixa etária entre 15 e 44 anos, no município do Rio de Janeiro-RJ durante o ano de 2004. Foram analisadas dados relacionadas às internações obstétricas mais freqüentes, obtidas através do SIH-SUS, disponível no TABNET da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro- RJ. As seguintes variáveis foram utilizadas: faixa etária, taxa de mortalidade, média do nº de dias de internação e principais causas de internações obstétricas, tipo de estabelecimento (público ou conveniado). Observou-se que ocorreram 71. 768 internações obstétricas no Município em 2004, sendo 52. 414 em hospitais públicos e 19. 354 em conveniados e filantrópicas. Cerca de 56% das internações se relacionaram ao parto único espontâneo e parto único cesáreo. No entanto, identificou-se proporções expressivas de internações relacionadas ao aborto espontâneo e aborto não-especificado, além de hipertensão pré-existente complicada com a gravidez/parto/puerpério. Observou-se maior número de internações na faixa etária entre 20 e 29 anos. A média de dias de permanência foi mais alta para hipertensão (6,2), seguida de cesárea (4,2) e parto único espontâneo (2,8) A taxa de mortalidade obstétrica foi significativamente elevada por desnutrição na gravidez (66,67%); por hemorragia pós-parto (4,35%) e por descolamento prematuro da placenta (1,27%). Nos hospitais públicos identificou-se proporções mais altas de internações por partos cesáreos, por aborto e hipertensão do que entre hospitais conveniados/filantrópicos. No entanto, entre hospitais conveniados/filantrópicos identificou-se proporções mais altas de internações por parto único espontâneo. Os dados mostraram que, quando se retira as internações por parto único espontâneo ou cesárea, a grande maioria das internações se relacionam a causas de internações que poderiam ser evitadas no nível da Atenção Básica Assim, recomendamos uma melhor qualidade no atendimento e na assistência à gestante durante o pré-natal, orientação e incentivo para a adoção de cuidados específicos e hábitos saudáveis de vida, ao menos durante o período gestacional.

Correspondência para: Aline Silva da Fonte, e-mail: alinefonte@globo.com