Goiânia, 07 de novembro de 2005.

UM ESPAÇO DIALÓGICO-REFLEXIVO PARA HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE HOSPITALAR

Wilson Danilo Lunardi Filho

Dirce Stein Backes

Valéria Lerch Lunardi

A humanização requer a implementação de um processo reflexivo acerca dos princípios e valores da prática dos profissionais de saúde em busca da sua dimensão ética. Objetivou-se desencadear um processo de humanização, no ambiente hospitalar, para a construção de um espaço dialógico-reflexivo, interdisciplinar, para a emergência da subjetividade, melhoria das relações e condições de trabalho, capaz de atender à Política de Humanização da Assistência à Saúde – PHAS. O trabalho foi realizado num hospital em Pelotas/RS, com lideranças pertencentes à equipe interdisciplinar da saúde, perfazendo dezoito profissionais. A partir de Freire, os encontros dessa Equipe de Humanização se constituíram num espaço de partilha, convivência e crescimento. Na trajetória, três grandes marcos convergiram para sua construção: 1) o grupo de humanização que se constituiu como equipe, enfocando a importância das relações dialógicas para a conquista de um novo espaço no campo interdisciplinar; 2) a humanização centrada no trabalhador, com maior compreensão do significado coletivo de humanização, do resgate de iniciativas, da construção de espaços concretos para o emergir da subjetividade, a partir do Banco de Idéias, da maior aproximação entre direção e funcionários e da partilha de vivências e talentos, dentre outros; 3) a humanização centrada no usuário, norteando a política institucional de humanização e enfocando o que representa a razão de ser e existir de um hospital. Foi possível concluir que 1) a humanização necessita ser assumida enquanto um compromisso coletivo e contínuo, requer constituir-se num processo dinâmico e gradual de transformação da cultura institucional pelo reconhecimento e valorização dos aspectos subjetivos, envolve conscientização contínua, mediante uma leitura crítica da realidade, mudança de atitudes e comportamentos; 2) a organização do trabalho pode constituir-se em fator gerador de humanização/desumanização, interferindo no clima organizacional, envolve processos, normas, medidas que devem estar a favor das pessoas; 3) a equipe diretiva necessita ser dinâmica, democrática, participativa e capaz de compreender e empreender as mudanças necessárias; 4) a humanização compreende interações pessoais favoráveis, na relação profissional, com os usuários, ou da pessoa consigo mesma. È preciso, portanto, um ambiente de cuidado humano, com clima organizacional favorável, promovendo a qualidade da assistência e humanização no ambiente hospitalar.

Correspondência para: Wilson Danilo Lunardi Filho, e-mail:

lunardifilho@terra.com.br