Goiânia, 07 de novembro de 2005.

O SUPORTE SOCIAL NA DECISÃO DE CUIDADO/TRATAMENTO DA DOENÇA CRÔNICA

Betina Hörner Schlindwein Meirelles

Denise M. Guerreiro Vieira da Silva

Sabrina da Silva de Souza

Margareth Linhares Martins

Mariza Serafim Mattosinho

Maria Seloi Coelho

Nadja Ferreira

INTRODUÇÃO: Pesquisa qualitativa elaborada a partir do projeto “Itinerário terapêutico de pessoas em condição crônica de saúde”, desenvolvido pelo NUCRON/UFSC. O itinerário terapêutico inclui uma seqüência de decisões e negociações entre várias pessoas e grupos com interpretações divergentes sobre a identificação da doença e a escolha da terapia adequada. Estudos demonstram a importância da relação do suporte social, com indicadores de presença/ausência de diversas doenças e, no caso da presença da doença, a relação do suporte com as previsões de prognóstico e restabelecimento do indivíduo. OBJETIVO: Conhecer como o suporte social participa da decisão das pessoas com doença crônica no seguimento do tratamento diante do itinerário terapêutico percorrido. METODOLOGIA: O estudo foi desenvolvido em instituições públicas de saúde de Florianópolis-SC, com pessoas com Diabetes Mellitus (10), ostomizadas (10), cardíacas (13) e com problemas respiratórios crônicos (12), com conhecimento do diagnóstico há mais de 2 anos, maiores de 18 anos e boas informantes, totalizando 45 pessoas. Os dados foram obtidos através de entrevista buscando identificar a relevância dos subsistemas profissional, popular e familiar como suporte social frente à decisão de tratamento/cuidado destas patologias. A análise e interpretação dos dados foram orientadas pela proposta de Trentini e Paim, com processos de apreensão, síntese, teorização e transferência. RESULTADOS: Com o diagnóstico da doença crônica, vários elementos influenciam as pessoas nas decisões do que fazer, buscando suporte social nos subsistemas de cuidado familiar, popular e principalmente profissional. Discutem soluções com pessoas da família e comunidade para compreensão da situação vivida, especialmente com aquelas que consideram ter maior conhecimento a respeito da doença. O suporte da família é essencial na avaliação que fazem sobre os cuidados e tratamentos que irão realizar. O profissional de saúde nem sempre é o primeiro procurado, mas é a principal referência para a decisão do tratamento. Os subsistemas popular e familiar estão sempre presentes, com apoio social e psicológico. CONCLUSÕES: O ir e vir a tratamentos nos diversos subsistemas de cuidados à saúde envolve um processo complexo que não pode ser resumido ao modelo de conhecimentos científicos como o subsistema profissional, pois tanto saúde quanto a doença e seu tratamento são experiências construídas pelas pessoas em seus contextos de relações sociais.

Correspondência para: Betina Hörner Schlindwein Meirelles, e-mail: betinam@nfr.ufsc.br