Goiânia, 07 de novembro de 2005.

COMUNICAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM COM FAMILIAR DA CRIANÇA CIRÚRGICA

Lucyanna Campos Gonçalves

Nayara Maria Lopes Vieira

Ana Maria Ribeiro dos Santos

INTRODUÇÃO: A Comunicação é um dos instrumentos da assistência de Enfermagem no ambiente hospitalar que assume papel imprescindível no cuidado à criança cirúrgica, visto que se trata de um ser com características peculiares de comunicação e sem discernimento para fazer escolhas. Com isso, a família torna-se também um alvo do cuidado. OBJETIVOS: Descrever o processo de comunicação da equipe de Enfermagem com o familiar da criança cirúrgica e discutir como a comunicação contribui para o melhor enfrentamento desse momento. METODOLOGIA: Estudo qualitativo realizado em hospital de grande porte, situado em Teresina – PI. Foram entrevistados familiares acompanhantes de crianças submetidas à cirurgia. Os depoimentos foram gravados em fita cassete, em seguida transcritos integralmente. As informações foram organizadas, submetidas à análise e posteriormente agrupadas em categorias. RESULTADOS: 1. O entendimento sobre comunicação: A definição de comunicação esteve sempre associada aos conceitos de diálogo, conversa, entendimento. Percebemos a importância do estabelecimento de vínculos, impregnados nos conceitos de intimidade e associação, para que se possa perceber que necessidades as pessoas sentem, e assim definir de que forma a comunicação pode ser empregada. 2. Quem se comunica / o que se comunica: O enfermeiro é o profissional citado como aquele que mais se comunica com a família, no entanto, notamos que quase sempre os sujeitos referiam-se aos auxiliares e/ou técnicos de Enfermagem, devido a dificuldade em reconhecer quem é cada um. Quanto ao conteúdo do processo de comunicação, percebemos que a equipe de Enfermagem se detém em reforçar somente deveres, obrigações e atribuições do acompanhante no hospital, deixando de colocar a família como parceira no processo de assistência à criança e de reconhecê-la também como foco da assistência. 3. A comunicação e sua contribuição na expressão das emoções: O trabalho de orientação e apoio aos familiares de crianças cirúrgicas ajuda-os a encontrar alternativas para a utilização mais produtiva dos seus mecanismos de enfrentamento da crise vivida. CONCLUSÕES: Constatamos que o enfermeiro se detém muito em tarefas não-assitenciais, e acaba por transferir as orientações e o cuidado à família aos auxiliares e técnicos de Enfermagem, que na maioria das vezes estão tão envolvidos na prestação de cuidados técnicos que não valorizam a comunicação como instrumento de assistência, tampouco a família como foco do cuidado.

Correspondência para: Ana Maria Ribeiro dos Santos, e-mail: amrsantos@globo.com