Goiânia, 07 de novembro de 2005.

DOENÇA E HOSPITALIZAÇÃO: PERSPECTIVA DO PACIENTE INTERNADO NO HE/FMTM

Giselle Vaz Costa

Ana Lúcia de Assis Simões

Márcia Tasso Dal Poggetto

Fernanda Alves Guimarães

Quando se detecta uma enfermidade, sobretudo quando esta exige hospitalização, o indivíduo é destituído das posições que ocupa na sociedade e passa a participar de um grupo específico, o de pacientes internados. Diante da realidade envolvida na vivência do adoecimento e da hospitalização surge o desafio da humanização para que “valores e atitudes de respeito à vida humana consolidem uma nova cultura de atendimento à saúde”. Humanizar o atendimento hospitalar é reatar a experiência da hospitalização ao ciclo de vida e transformá-la em uma oportunidade de desenvolvimento humano para pacientes e profissionais. Diante do exposto, este trabalho foi desenvolvido com os seguintes objetivos: verificar os sentimentos dos pacientes internados no Hospital Escola da FMTM em relação à experiência da doença e da hospitalização; identificar os fatores que acentuam o sofrimento e o estresse provocados por essa experiência e levantar sugestões que contribuam para minimizar o desconforto relacionado ao adoecer e à hospitalização. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com 23 pessoas hospitalizadas nas Clínicas Médica e Cirúrgica do H. E/FMTM. O material coletado foi submetido à técnica de análise de conteúdo proposta por BARDIN (1997). Após os procedimentos de análise, emergiram 6 categorias temáticas. Os resultados evidenciaram que os principais sentimentos relacionados à doença e à hospitalização foram descritos como tristeza, ansiedade, medo, incerteza, dentre outros. Em relação aos fatores que aumentam o sofrimento durante a doença e a hospitalização, foi possível verificar que saudade da família, falta de privacidade, dificuldade na adaptação à mudança da rotina e da alimentação, ausência de atividades lúdicas, destacaram-se como os maiores agravantes desse processo. Finalmente, os entrevistados ofereceram sugestões no sentido de minimizar o sofrimento e o desconforto decorrentes da hospitalização, dentre as quais ressalta-se a possibilidade de tornar o relacionamento entre profissionais de saúde e o paciente mais humanizado. Foi possível concluir que a percepção dos entrevistados acerca da vivência da doença e da hospitalização revelou-se em uma experiência desagradável e difícil. Frente ao exposto, torna-se imprescindível repensar formas de reorganizar o ambiente de trabalho na área hospitalar, no sentido de proporcionar um atendimento de maior qualidade e humanizado. PIBIC/CNPQ

Correspondência para: Giselle Vaz Costa, e-mail: xlvaz@yahoo.com.br