Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ACIDENTES NA INFÂNCIA: ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA DA EPIDEMIOLOGIA

Danize Gasparotto Castilho

Antonio Carlos Siqueira Júnior

Vanessa Reguna Santana

Alessandra Bazaglia Martins

O incentivo à prática já nos primeiros anos é uma das principais características do currículo da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA). Através deste estímulo, ao longo de um estágio realizado no Pronto Socorro Infantil, pudemos observar que os profissionais de saúde concentram sua atenção nas seqüelas físicas causadas pelos acidentes esquecendo outros aspectos como os danos psíquicos e sócio-econômicos, que por muitas vezes apresentam-se mais comprometedores, e a conscientização sobre medidas de prevenção não é valorizada. Este tema, pela sua magnitude, tornou-se um problema de saúde pública devido ao grande número de acidentes que atingem crianças de 0 a 14 anos. Quando buscamos os dados de nossa Instituição ficamos preocupados com a alta incidência de acidentes nesta faixa etária, caracterizando 5. 741 casos atendidos no Serviço de Urgência e Emergência por causas externas no ano de 2004, além disso tínhamos como entendimento de acidente um descuido por parte de responsáveis ou cuidadores associados aos riscos proporcionados pelo ambiente. Esse verdadeiro problema nos mobilizou a iniciar o presente estudo realizando uma análise em artigos científicos de revistas indexadas no Lilacs (Literatura Latino Americana Ciência e Saúde) sobre os acidentes na infância de 0 a 15 anos. Para a identificação, foram utilizadas as palavras-chaves: acidentes e infância, restringiu-se ao idioma português e data de publicação a partir de 1990. Foram encontradas 41 citações e excluídos: resumos de livros, teses e folhetos; e artigos com assuntos divergentes da temática, restando 19 textos. A análise foi qualitativa direcionada por cinco questões norteadoras elaboradas pelos autores do estudo: definição de acidente para os autores; os principais acidentes na infância; os locais de maior incidência; os principais atores para educação e prevenção dos acidentes; as seqüelas dos acidentes na infância. Ao longo da análise pudemos perceber que o "evento" acidente é o resultado de muitos fatores somados e a prevenção tem papel imprescindível, já que se conseguirmos quebrar esta cadeia eliminamos o agravo. A estratégia de educação realizada pelos profissionais de saúde deve ser disseminada a todos os setores de segurança pública, por meio de discussões, orientações e divulgação de princípios básicos. Direciona-se também aos pais, os quais podem reconhecer o comportamento e desenvolvimento dos filhos atuando no dia a dia na redução de riscos.

Correspondência para: Danize Gasparotto Castilho, e-mail: danize@famema.br