Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ASSOCIAÇÃO DOS OSTOMIZADOS DE GOIÁS: PERFIL POPULACIONAL

Núbia Paula Borges

Aline Vaz da Costa Vieira

Camila de Sá Nunes

Debora Moura Jesus

Lícia Silva Noleto

Priscila França Zanelatto

Verônica Lobo Ferreira de Assis

Karina Machado Siqueira

A mudança do trânsito intestinal e a exteriorização de um estoma na região abdominal, seja de caráter provisório ou definitivo, provocam alterações diversas no cotidiano do indivíduo ostomizado. As mudanças provocadas por esta condição podem levá-lo a vivenciar situações desagradáveis, tanto de ordem física, quanto emocional, influenciando em suas relações sociais. O ostomizado necessita compartilhar suas experiências e receber uma atenção diferenciada por parte dos profissionais de saúde. Neste contexto está inserida a enfermagem e, para tanto, a Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás vem desenvolvendo, por meio da disciplina Enfermagem na Saúde do Adulto e Idoso, um projeto de extensão no intuito de incentivar o papel educativo durante a graduação. A Associação dos Ostomizados de Goiás tem colaborado no processo de adaptação do ostomizado à sua nova condição de vida, por meio do fornecimento de bolsas coletoras e, dando espaço para as instituições de ensino nas orientações de enfermagem e nutrição, junto aos associados. Estes e seus familiares recebem informações variadas e conduzem suas dúvidas aos alunos de graduação e docentes, o que possibilita amenizar incertezas e angústias, tão comuns durante esse processo de adaptação. Este estudo teve como objetivo conhecer o perfil da clientela atendida na Associação dos Ostomizados de Goiás. Trata-se de pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados por meio de consulta nas fichas de inscrição, preenchidas no momento da entrada do ostomizado para a associação. Existem 780 ostomizados inscritos, dos quais 420 são do sexo masculino e 360 do feminino. Quanto ao tempo que o ostomizado freqüenta a associação, houve variação entre um mês e 23 anos, sendo que a maioria se encontra entre um e dois anos. A maior parte dos ostomizados referiu ser casado e a faixa etária predominante variou entre 55 e 70 anos. A maioria é procedente do município de Goiânia e tem renda familiar menor ou igual a um salário mínimo. As colostomias constituem o tipo mais freqüente de estomas e a maior parte dos associados possuem ostomia definitiva. Em relação à causa que levou à construção do estoma, o câncer configurou-se como a patologia predominante. O desenvolvimento deste estudo permitiu o melhor conhecimento da clientela atendida na Associação dos Ostomizados de Goiás, possibilitando o redirecionamento de condutas e a qualificação da assistência oferecida aos associados.

Correspondência para: Núbia Paula Borges, e-mail: nubiaufg@hotmail.com