Goiânia, 07 de novembro de 2005.

CRIANÇA HOSPITALIZADA X NECESSIDADES DE MÃES

Sonia Maria Carneiro de Morais Franco

O reconhecimento do papel dos pais e de suas necessidades é relativamente recente na literatura de enfermagem. Estudos ressaltam que os pais têm necessidade de compreender a situação e o tratamento do filho, sentir que são capazes de prestar-lhe assistência e ter oportunidade para discutir os seus sentimentos sobre a hospitalização. Um estudo das necessidades dos pais em relação à hospitalização de seu filho é um investimento, quando se considera o gerenciamento e oferecimento de suficiente assistência de enfermagem para as crianças e seus pais. No período de internação da criança, o apoio psicilógico à família é de fundamental importância. A equipe multiprofissional deve ser coesa e estar emocionalmente preparada para prestar asssitência, gerando um ambiente de trabalho agradável e facilitando o convívio e o restabelecimento da saúde. Neste estudo, buscou-se compreender e analisar as necessidades de mães que acompanharam seus filhos durante a hospitalização, com o intuito de subsidiar ações futuras. A pesquisa é de natureza qualitativa, exploratória descritiva, desenvolvida em uma Unidade Pediátrica de um hospital geral no interior de São Paulo. Participaram da pesquisa 12 mães de crianças hospitalizadas, onde as idades das crianças variam de 1 a 12 anos. Utilizou-se como técnica de coleta de dados a entrevista semi-estruturada, técnica de livre-narrativa, norteada por uma questão orientadora. A análise dos dados baseou-se no referencial metodológico de Bardin e foi organizado em cinco núcleos de sentido com as subcategorias: A família; o hospital; assistência prestada pela equipe de saúde; equipe de enfermagem e lidando com as emoções. Os resultados revelaram que as necessidades das mães de crianças hospitalizdas convergem para os seguintes pontos: a instituição hospitalar não está devidamente aparelhada para recepção das mães que acompanham seus filhos hospitalizados; que as famílias de crianças hospitalizadas não são devidamente reconhecidas, valorizadas e esclarecidas quanto ao cuidar. Os profissionais de saúde não têm mediado suas ações a aprtir de uma relação social profissional-família-criança, entendendo que a humanização do cuidar perpassa pelo compartilhar de perspectivas e ou experiências. É necessário refletir sobre o que fazemos, como fazemos, se existe outra forma de fazê-lo melhor, o que requer diálogo com os estudiosos, pois a construção do saber não prossegue sem conflitos, solicita revisões,reelaboraçãoes e avanços.

Correspondência para: Sonia Maria Carneiro de Morais Franco, e-mail: scarneiro@acif.com.br