Goiânia, 07 de novembro de 2005.

FATORES DE RISCO EM PACIENTES INFARTADOS

Kelli Cristina Silva de Oliveira

Maria Lúcia Zanetti

No Brasil, as doenças cardiovasculares constituem, a primeira causa de morte e o infarto agudo do miocárdio é uma de suas manifestações clínicas. Dentre os fatores de risco que predispõem as pessoas com essa doença estão os hábitos do estilo de vida e história familiar. Esta investigação, de natureza descritiva, pretende identificar os fatores de risco relacionados ao meio ambiente, à biologia humana, estilo de vida e sistema de saúde dos pacientes internados em hospital privado, até 48 horas após o infarto agudo do miocárdio. O referencial teórico foi o Modelo de Campo de Saúde que compõe os fatores de risco relacionados acima. Para o alcance do objetivo entrevistou-se 31 pacientes internados, em hospital privado, no interior do Estado de São Paulo, no período de janeiro a julho de 2003, após assinatura do termo de consentimento informado. Os resultados mostraram, quanto ao meio ambiente, a maioria dos pacientes era alfabetizada, 77,4% trabalhavam em torno de 8 a 10 horas, e a renda familiar mensal, 61,3%, encontra-se na faixa de 5 a 15 ou mais salários-mínimos, 70,9% eram casados, 67,8% procedentes de Ribeirão Preto e região. Em relação à biologia humana, 61,3% do sexo masculino, 54,9% encontrava-se na faixa etária de 40 a 59 anos, 58,1% encontravam-se em sobrepeso ou obesidade classes I e II. Quanto aos antecedentes familiares, os dados mais expressivos apontam que 74,2% apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 48,3% diabetes melittus, 54,8% infarto agudo do miocárdio e 19,3% acidente vascular cerebral. Das mulheres entrevistadas, 22,6% faziam uso de hormônio. Ao estilo de vida relacionado aos hábitos alimentares, 93,6% utilizavam frituras nas refeições, 45,2% ingeriam doces e refrigerante diariamente e 41,9% tomavam três xícaras ou mais de café ao dia, 58,1% faziam uso de bebidas alcoólicas, 32,2% eram fumantes, 29,0% ex-fumantes e 58,1% sedentários. Quanto ao estresse, 38,7% sentiam-se estressados no local de trabalho e 61,2% dormiam menos que oito horas por noite. Em relação ao sistema de saúde, 51,6% conheciam o diagnóstico, 38,7% apresentaram dúvidas acerca da doença, 67,7% utilizavam os serviços de saúde oferecidos pelo plano de saúde e 54,8% realizavam tratamento de hipertensão arterial e diabetes melittus. Os dados revelam que os pacientes infartados estão expostos aos hábitos autocriados que podem ser modificados. Realçamos a necessidade de iniciar o processo educativo para o paciente infartado, no período de internação hospitalar.

Correspondência para: Kelli Cristina Silva de Oliveira, e-mail: kellicsilva@bol.com.br