Goiânia, 07 de novembro de 2005.

CITOLOGIA ONCÓTICA: PRINCIPAIS ALTERAÇÕES APRESENTADAS EM CAMPINAS-SP

Jaqueline de Oliveira Santos

Madalena Conceição da Silva Araújo

INTRODUÇÃO: A realização do exame de citologia oncótica (CO) é primordial para a saúde da mulher, pois constitui o principal suporte na detecção precoce e no controle do câncer de colo uterino, além de identificar a presença de determinadas doenças sexualmente transmissíveis (DST), como o Papiloma Vírus Humano (HPV), principal precursor do câncer cervical. Acredita-se que conhecendo as principais alterações apresentadas pelo referido exame em uma determinada região e as características dessa população, será possível implementar políticas públicas de saúde voltadas para a realidade local, sendo importante para organizar um programa de prevenção, visando diminuir a incidência e a vulnerabilidade dessa população às DSTs e ao câncer do colo uterino. OBJETIVOS: Identificar as alterações mais freqüentes nos exames de CO realizados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no município de Campinas-SP e conhecer o perfil das mulheres cujos resultados estão alterados. METODOLOGIA: O estudo é de natureza exploratória descritiva, constituído por 488 mulheres que realizaram o exame de CO na UBS do Jd. São José no referido município, no ano de 2004, cujo resultado evidenciou alguma alteração. Os dados foram obtidos através da análise dos prontuários, utilizando-se como instrumento para coleta de dados um questionário contendo questões que abordavam os objetivos propostos para o trabalho. Ressalta-se que foram obedecidas as normas da resolução n° 196/96, do Ministério da Saúde para confecção do estudo. RESULTADOS: Na análise dos dados identificou-se que 35% das mulheres com exames alterados tinham idade inferior a 25 anos e 46% iniciaram sua atividade sexual antes dos 18 anos, evidenciando que as adolescentes estão cada vez mais expostas a contrair DST e consequentemente ao câncer de colo uterino. As principais alterações apresentadas foram a Vaginose bacteriana causada pela "Gardinerella vaginalis" constituindo 55% das alterações e a Candidíase com 16%. Duas ou mais alterações foram apresentadas em 16% dos exames e 5% apresentou neoplasia intra-cervical no nível I associado ao HPV. CONCLUSÃO: É primordial que as equipes de saúde pública desenvolvam ações educativas mais efetivas voltadas para as mulheres, principalmente para adolescentes, visto que é nesse período da vida que elas iniciam as relações sexuais. Realizando educação sexual de maneira mais atuante, é que se consegue reduzir a incidência do carcinoma cervical, visto que sua prevenção basea-se nessa educação.

Correspondência para: Madalena Conceição da Silva Araújo, e-mail: madalena2005@uol.com.br