Goiânia, 07 de novembro de 2005.

DA SAÚDE PARA A DOENÇA: UM NOVO OLHAR PARA O DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

Juliana Bispo Pereira dos Santos

Ana Clementina Vieira de Almeida

Hulda Cordeiro Herdy Ramim

Marcia Jabor Garcia

Valeria Almeida Rodrigues

Zoleide Martins Thomazelli

Este relato objetiva colocar para reflexões questões relacionadas a consulta de enfermagem e a mudança curricular. Nossas inquietações estão relacionadas às dificuldades de elaboração do diagnóstico de enfermagem a partir das mudanças trazidas com a implantação em 2005 do novo currículo de enfermagem. Por ocasião das discussões sobre o currículo percebíamos os conflitos relacionados ao nosso saber-fazer onde docentes e discentes tinham uma maneira de entender o cuidado como uma ação voltada para a doença o que vinha se contrapor às concepções filosóficas do novo currículo que partia do conceito da saúde elaborado na VIII Conferência. Em disciplinas como a semiologia os debates foram constantes, sobretudo no conteúdo referente ao diagnóstico de enfermagem. Ao tomarmos como referenciais teóricos os conceitos de NANDA e WANDA HORTA nossos pensamentos se voltavam para problemas e necessidades o que favorecia a formulação de diagnósticos voltados para a doença ou para o risco de adoecer. Acreditávamos que este proceder poderia induzir o discente a uma confusão conceitual, pois fala-se sobre saúde mas no momento de aplicar o conhecimento pensa-se na doença. Os debates sobre este tema resultaram na elaboração de três eixos: problemas; necessidades e situações. Consideramos que o eixo situações apontava para novas possibilidades na elaboração de diagnósticos relativos a saúde. Citamos como exemplo uma puérpera que evolui em ótimas condições físicas e psíquicas. A partir da situação encontrada poderíamos dizer: “cliente com satisfatório conhecimento sobre a realização do auto cuidado e cuidado com o recém nascido” De posse deste novo olhar é possível elaborar-se um plano assistencial de co-responsabilidade entre o enfermeiro e o cliente. Ao trazer o cliente como principal agente deste processo, cabe a ele nos informar o que já conhece a respeito da situação que está vivendo, e aos enfermeiros um papel de educador visando à emancipação do indivíduo. Finalizamos enfatizando a necessidade de inserir desde o primeiro período discussões sobre temas como saúde, qualidade de vida e emancipação dos indivíduos a fim de assimilar na teoria e na prática o conceito de cuidar na saúde. Pensar na saúde é pensar na possibilidade de qualidade de vida para os indivíduos e as populações e elaborar diagnósticos de saúde é buscar novos campos para se pensar e fazer a enfermagem.

Correspondência para: Juliana Bispo Pereira dos Santos, e-mail: julianabianchip3@hotmail.com