Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A ATUAÇÃO DOS ACOMPANHANTES NA PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Valéria Aliprandi Lucido

Rosimere Ferreira Santana

Trata-se de um relato de experiência realizado como requisito parcial para conclusão do curso de pós-graduação em enfermagem médico-cirúrgica, nos moldes da residência. O interesse pelo tema surgiu a partir da experiência profissional conferida pelo estágio na CCIH, enquanto enfermeira residente da referida pós-graduação. O objeto em questão qualifica: a atuação do acompanhante na prevenção e controle da Infecção hospitalar em uma instituição pública. Como objetivo: Descrever a atuação dos acompanhantes na prevenção e controle da Infecção Hospitalar em clientes internados na médica de um dado hospital geral. Para tanto, utilizou-se da abordagem quantitativa, do tipo exploratória. Para coleta dos dados recorremos à observação não-participante sistemática em dois momentos: descrição do campo de estudo (condições ambientais, estrutura organizacional) e das atividades estabelecidas pelos acompanhantes na prevenção IH. Para registro utilizou-se de um roteiro de participação previamente estabelecido. As análises realizadas foram do tipo estatística descritiva simples. Os sujeitos e o campo de pesquisa selecionados foram os acompanhantes de pacientes internados em uma enfermaria de clínica médica de uma instituição pública do município do Rio de Janeiro, cujo critério de inclusão como sujeito da pesquisa foi a internação hospitalar do cliente acima de sete dias. Podemos apresentar como principais resultados relacionados ao campo de estudo: 100% da estrutura observada não foram encontradas enfermarias com local adequado para a permanência dos acompanhantes (AC); 60% das enfermarias possuem local adequado para a acomodação dos objetos pessoais dos AC; 100% destes locais não aparenta boa higiene; 30% dos locais em que o AC circula possui local destinado à lavagem de mãos; destes 30%, em nenhum deles foram encontrados sabão, papel toalha, pia ou torneiras adequadas para a correta higienização das mãos. Quanto às ações desenvolvidas pelos AC para a prevenção das IH, foram observados que somente 40% dos AC lava as mãos ao chegar na enfermaria; 60% lava as mãos após manipular o paciente; 40% lava as mãos antes de tocar em outro paciente, somente 10% faz uso de luvas ao realizar algum procedimento. Conclui-se a necessidade de uma maior atuação da equipe de enfermagem junto à CCIH, na melhoria das condições ambientais para que os acompanhantes possam atuar na prevenção da IH, este aliado à uma consolidação de saberes pautada no estabelecimento de orientações sistemáticas.

Correspondência para: Valéria Aliprandi Lucido, e-mail: valeria.aliprandi@ig.com.br