Goiânia, 07 de novembro de 2005.

COMPETÊNCIAS E SABERES DO DOCENTE NO ESTÁGIO CURRICULAR DE ENFERMAGEM

Mara Lúcia Amantéa

Esta pesquisa emerge de uma reflexão sobre quais competências são necessárias para o docente, ao atuar no Estágio Curricular de um Curso de Graduação em Enfermagem, uma vez que o estágio pode ser o local onde o aluno vivenciará situações reais de trabalho, desenvolverá suas competências profissionais, facilitando a busca da sua identidade profissional. Sabe-se que os professores já têm desenvolvido diversas competências ao longo de suas trajetórias, o que se faz necessário é que haja uma análise reflexiva de suas práticas pedagógicas no intuito de diferenciar o que deve ser mantido e o que deve ser transformado, sob um novo prisma educacional proposto para o ensino superior. Não há meios de se estimular e desenvolver competências nos alunos sem uma transformação significativa por parte do professor, ou seja, sem desenvolver novos saberes e competências docentes. Esta análise possibilita gerar propostas de intervenção no Projeto Político Pedagógico e no plano de capacitação dos professores para atuarem nesse âmbito do ensino. Assim, o presente estudo objetivou identificar as competências e saberes do docente que atua no Estágio Curricular do Curso de Graduação de Enfermagem de uma universidade pública, segundo as percepções do sujeito que vivencia essa prática; analisar os saberes e competências identificadas, tendo como referência a Política de Educação. Para tanto, foram entrevistados sete docentes de estágio curricular de uma universidade pública do Estado de Minas Gerais, em 2003. Os depoimentos foram analisados com base na análise de conteúdo de Bardin. As categorias temáticas reveladas foram agrupadas fundando-se no referencial de Rios (2001), no referencial de competências de Perrenoud (2000), nos saberes de Morin (2001), nos quatro pilares da educação por Delors (2001) e são: competência técnica, ética, política, relacional, estética, do autodesenvolvimento e do saber superar desafios. Conclui-se que o estágio como modalidade de ensino, proporciona ao docente uma maior autonomia do processo de ensino, permite maiores possibilidades de inovação metodológica, incentiva o docente pela busca de novos saberes e estreita a relação professor/aluno. Em contrapartida, para o aluno significa uma aproximação da realidade e do trabalho do enfermeiro com a conotação de envolvimento e intencionalidade investigativa. O estágio deve ser assumido pela instituição, como um espaço de investigação e produção de novos saberes, precisando sempre de novos olhares.


Correspondência para: Mara Lúcia Amantéa, e-mail: maramantea@yahoo.com.br