Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM QUANTO AO TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA

Elioenai Dornelles Alves

Ana Beatriz Duarte Vieira

Silvia Pinto

Trata-se de um estudo qualitativo desenvolvido na unidade de cardiologia do Hospital de Base de Brasília, tendo como objetivo geral diagnosticar os aspectos facilitadores e dificultadores inerentes ao trabalho e a qualidade de vida segundo a percepção dos auxiliares de enfermagem. A temática do cuidado ao cuidador é desenvolvida neste estudo numa perspectiva humanística subsidiado pela teoria de Jean Watson (1988). Foram aplicados aos quatorze participantes, durante os meses de maio e junho de 2005, questionários semi-estruturados, com a finalidade de extrair os fatores elencados pelos objetivos. Os dados das questões fechadas foram submetidos à análise estatística Epi-Info, enquanto que os dados das questões abertas submeteram a análise temática segundo Minayo (2000). Os resultados apontaram que a falta de recursos humanos e materiais; a falta de união e coleguismo; a desvalorização e pouco reconhecimento do profissional; o descaso das autoridades governamentais para com as políticas de saúde e os desta área; falta da humanização para a assistência aos usuários e servidores; a questão salarial; a injustiça na relação dos direitos e deveres do trabalhador; e o descaso na relação da assistência são dados que dificultam a relação de prazer no trabalho e que, consequentemente, afetam a qualidade de sua vida profissional-pessoal-familiar. Acreditam que para reverter essas questões, as esferas governamental-instituicional-profissional devem realizar um esforço conjunto no sentido de promover uma relação de trabalho que garanta um ambiente aconchegante e acolhedor, no qual possa refletir para este profissional em uma nova maneira de trabalhar e viver melhor. Sintetizando a análise concordamos com Paganini (1998), quando menciona que o trabalho da enfermagem deve ser realizado em um ambiente que age como facilitador do cuidado em que este profissional executa. Desta forma, cabe aos participantes a consciência de seu papel como agente de transformação. Para Watson (1988), a enfermagem deve investir no cuidado, uma vez que o cuidar parte, essencialmente, de si para, então, alcançar o outro. É necessário, portanto, que este cuidador invista no seu auto-conhecimento almejando um bem-estar físico-mental-espiritual para um bom relacionamento consigo, com o trabalho e com o outro. Certamente, isso refletirá numa melhor humanização do cuidado.