Goiânia, 07 de novembro de 2005.

O IMPACTO DO TRABALHO HOSPITALAR NA QUALIDADE DE VIDA DO ENFERMEIRO

Luis Rogério Cosme Silva Santos

Ariana Oliveira Santana

Gabriela Prado Amaral

Renata Oliveira Maia

O enfermeiro, em virtude das condições de trabalho as quais estão submetidos no hospital, torna-se profissional vulnerável a riscos ocupacionais. Exercendo funções de gerenciamento e cuidado, o profissional e muitas vezes a própria instituição hospitalar nem sempre se dão conta de que para promover uma assistência de qualidade é necessário que o cuidador, também seja objeto de atenção. Diante disso, o estudo teve como objetivo analisar as condições de trabalho dos enfermeiros na área hospitalar, extraindo a percepção dos profissionais sobre os riscos presentes no ambiente e processo de trabalho, entre outras variáveis importantes para o estudo do impacto na qualidade de vida, servindo de base para o planejamento de ações de controle e prevenção. Foram aplicados questionários de forma aleatória para 33 enfermeiros que atuam nos 9 (100%) hospitais públicos e privados de Vitória da Conquista- Ba. De acordo com o estudo 64% dos profissionais atuam na assistência, 12 % na coordenação e 24% nas duas áreas. 70 % realizaram exame admissional, mas apenas 30% realizam exames periódicos. 88% mantêm outras atividades ocupacionais sendo que 27 % já sofreram agravos no trabalho (67% acidentes com perfuro cortantes). 70% dos entrevistados relataram vivenciar situações de estresse que estão associadas à cobrança de produtividade e baixa remuneração, além de outros fatores. As respostas foram unânimes ao negar a realização de atividades que promovam saúde no trabalho. A pesquisa evidenciou que a baixa remuneração, a jornada dupla ou tripla de trabalho, a cobrança de produtividade, a responsabilidade excessiva, a insuficiência de recursos humanos, a deficiência de materiais necessários para uma boa assistência, e o envolvimento com o sofrimento e morte, são fatores que contribuem para a baixa qualidade de vida e o conseqüente comprometimento da saúde do enfermeiro evidenciado pelas queixas de estresse, ansiedade, fadiga, cefaléia, dores musculares, colocando o enfermeiro em uma situação de incoerência por não praticar aquilo que preconiza. Apesar de o estudo apontar para uma boa percepção dos trabalhadores sobre as situações precárias relacionadas ao trabalho, não se percebe a organização da categoria para a transformação desta realidade.

Correspondência para: Ariana Oliveira Santana, e-mail: arianna.santana@bol.com.br