Goiânia, 07 de novembro de 2005.

UM OLHAR SOBRE O PAISM EM GOIÂNIA

Aldevina Maria dos Santos

Tataina Luciano Sardeiro

Vanessa Caldas Martins

A partir de análise documental, este estudo objetivou refletir sobre a assistência a saúde da mulher, após a implantação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), em Goiânia. A assistência à saúde na cidade foi uma preocupação desde de sua criação. No final da década de 1950, os historiadores consideravam que a cidade contava com um sistema de saúde instalado, neste a rede privada predominava. A atenção a saúde das mulheres era precária. A assistência era centrada na abordagem materno-infantil, com o olhar voltado não para a mulher, mas para o ciclo gravídico-puerperal. A integralidade da assistência à mulher foi uma reivindicação dos movimentos feministas e sanitário. O PAISM foi resultado desta luta. Em Goiás foi implantado em 1984. Ainda que, historicamente, registra-se uma íntima relação de grupos feministas com a criação e a trajetória deste programa. A implantação na cidade, criou uma polêmica pública, com manifestações da Arquidiocese de Goiânia e do Grupo feminista “Eva de Novo”. Estes, se posicionaram combatendo aspectos relativos aos métodos de planejamento familiar, preconizados pelo Programa. Inicialmente o PAISM foi implantado em 4 CIAMS (Centro Integrado de Assistência Médico Sanitária). Em 2004 funcionava em 77 Unidades de Atenção Básica, 101 equipes do Programa Saúde da Família (PSF) e nas Maternidades Públicas, entre outros. Os laboratórios e hospitais privados conveniados com o SUS participam de forma complementar. O PAISM na cidade incorporou vários aspectos novos em relação às ações tradicionais, de abordagem materno-infantil. Entre estas, destacam-se: a implantação da Anticoncepção de Emergência em toda a Rede Básica; o PSF e Unidades de Saúde da Família; a implantação da Triagem Neo-Natal e o Controle da Anemia Falsiforme; a criação do Comitê de Redução da Mortalidade Feminina e Materna; a consolidação da Rede de Atenção às Mulheres, Crianças e Adolescentes em Situação de Violência e a proposta de Humanização do pré-natal, parto e puérperio, concretizada na Maternidade Nascer Cidadão. Apesar destes esforços, ainda há muitos aspectos do Sistema de Saúde necessitando de modificações para qualificar a atenção, conforme preconizado pelo PAISM. Apesar das dificuldade e das descontinuidades, desde sua implantação até o ano de 2004, as goianienses têm tido uma maior oferta de serviços e de atenção em outros aspectos de suas vidas.

Correspondência para: Aldevina Maria dos Santos, e-mail: aldevinamaria@brturbo.com.br