Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A HUMANIZAÇÃO DO PARTO NAS PÁGINAS DA REBEN

Aldevina Maria dos Santos

Thays Silva

Mariana Souza

Esta investigação objetivou analisar a produção científica das enfermeiras sobre sua atuação durante o ciclo gravídico -puerperal e se esta apresenta uma abordagem humanizada. Tratou-se de uma revisão de literatura limitada a Revista Brasileira de Enfermagem – REBEn, no período 1994 a 2004. Entre os 31 textos selecionados, 29 são artigos científicos e 2 são resenhas. A REBEn não publicou nenhum artigo sobre a temática nos anos de 1994, 1995 e 1998. Entre 1999 e 2004, verificou-se uma continuidade das publicações, destacando-se 9 artigos em 2002. Quanto aos aspectos metodológicos, encontrou-se uma grande variedade de tipos de estudos qualitativos e a ausência de estudos quantitativos. A criatividade na construção metodológica se destacou em alguns artigos, por exemplo, em elaborar um conto de fadas para refletir sobre a paternidade e em fazer estudo fenomenológico a partir de uma análise documental. Dos 31 textos, 13 refletiram sobre a prática da enfermagem na área. As reflexões contextualizam a atuação profissional, buscam suporte nas relações de gênero e direitos sexuais reprodutivos, questionam a excessiva intervenção na área e as condições de trabalho. Os relatos de experiências registraram as práticas, os símbolos, as mudanças e princípios orientadores da assistência e das práticas. A gravidez na Adolescência foi objeto de 8 artigos. Investigada a partir da ótica dos familiares, universitários, da enfermagem e das adolescentes. A AIDS - o cuidado à mulher soropositiva e a transmissão vertical - foi estudada em 2 artigos. A participação do pai no parto e a paternidade, em mais 2. O aleitamento materno (2) foi refletido no contexto da atenção à mulher e dos direitos reprodutivos e a influência da violência conjugal na decisão de abortar em um (1). As 2 resenhas foram de publicações do Ministério da Saúde. Destacou-se um grande número de reflexões sobre a prática da enfermeira obstétrica. Quanto a humanização da atenção ao parto/nascimento foi explicitada em apenas dois artigos e uma resenha. Analisando os descritores definidos pelos(as) autores(as), a humanização apareceu em dois artigos. Ainda que não explicitos na maioria dos textos analisados, os artigos contém alguns elementos como a temática escolhida, a construção das investigações, entre outros aspectos práticos e teóricos, que contribuem para a construção de uma prática de enfermagem mais humanizada. Pergunta-se, por que esta quase "invisibilidade" da humanização.

Correspondência para: Aldevina Maria dos Santos, e-mail: aldevinamaria@brturbo.com.br