Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ABSENTEÍSMOS POR TRANSTORNOS MENTAIS NA ENFERMAGEM

Anne Cristina de Faria

Denise Beretta Barboza

O ambiente hospitalar é caracterizado, freqüentemente, por uma estrutura formal e burocrática, que dificulta a comunicação entre as pessoas, além de expor seus trabalhadores a riscos de ordem biológica, física, química, ergonômica, mecânica, psicológica e social. Inseridos neste ambiente está a enfermagem, maior força de trabalho que no desenvolver de suas atividades diárias, se vêem, muitas vezes, forçados a conter suas emoções, não podendo expressar fraqueza frente ao paciente. Tal situação o conduz a uma sensação de impotência, traduzido por insatisfação pessoal e condução ao estresse, principal causa de problemas de ordem psicológica. Diante do exposto, este estudo retrospectivo exploratório teve como objetivo descrever os afastamentos por transtornos mentais na enfermagem de uma instituição hospitalar, no período de 1995 a 2004. Os dados foram coletados a partir de dados já existentes no sistema de arquivo do serviço médico de atendimento ao trabalhador do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) da referida instituição. Foi utilizado um formulário próprio dividido em: caracterização do trabalhador e do afastamento por transtornos mentais segundo a Classificação Internacional de Doenças – CID 10. O período de coleta de dados foi de setembro de 2004 a janeiro de 2005. A análise parcial dos dados aponta que, no período proposto para estudo, ocorreram 306 afastamentos envolvendo mulheres, com idade média de 36 anos, casadas, auxiliares de enfermagem, lotadas no setor da emergência e centro cirúrgico, e que tiveram uma média de afastamento de 15 dias com diagnóstico de depressão sem sintomas psicóticos. Uma análise mais apurada permitirá distinguir o perfil do profissional afastado por transtornos mentais, fornecendo subsídios à administração para analisar as condições de trabalho vigentes nas diferentes unidades, instituindo programas educativos, pesquisas e outras estratégias em busca da melhoria da qualidade de vida destes trabalhadores.

Correspondência para: Anne Cristina de Faria, e-mail: annefaria@bol.com.br