Goiânia, 07 de novembro de 2005.

CATETER ARTERIAL COMO INDICADOR DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Viviany Rocha de Souza

Ana Lucia Cascardo

Francimar Tinoco de Oliveira

Valéria Zadra de Mattos

Juliana Fortunato

Cristiana Silveira

Raquel Nepomuceno

Ângela Oliveira dos Santos

INTRODUÇÃO: Esforços para assegurar a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem tem sido um desafio para os serviços de saúde. A assistência vinculada à auditoria dos cuidados representa uma estratégia fundamental na busca de uma enfermagem efetiva. OBJETIVOS: Identificar quais os fatores determinantes da qualidade da assistência de enfermagem em uma Unidade Coronariana. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Utilizamos como indicador de qualidade, a manutenção do cateter arterial para monitorização da pressão arterial média. Foram analisados 33 procedimentos em pacientes (pc) internados entre 05/2005 e 08/2005, sendo 63,6% em homens. A média de idade dos pc foi de 80,6±9,5 anos, sendo 90,9% de hipertensos, 27,3% diabéticos, 21,2% dislipidêmicos e 12,1% tabagistas. O diagnóstico de admissão predominante foi a insuficiência cardíaca (60,6%), seguido de 21,3% de síndrome coronariana aguda e 12,1% de infecção/insuficiência respiratória. Utilizamos análise estatística descritiva e univariada. RESULTADOS: A maioria dos pacientes estava sedada (69,7%) e em uso de terapia com heparina (54,5% profilática e 21,3% terapêutica). Os acessos arteriais utilizados foram femoral (48,5%), radial (46,5%) e ulnar (6%), sendo que o tempo de permanência médio dos acessos foi de 7 dias. Houve dificuldade na punção arterial em 27,3% dos casos. Ocorreram intercorrências com o acesso arterial em 75,8% dos pc (hiperemia, febre, retirada acidental pelo paciente, obstrução e sangramento). As obstruções foram mais freqüentes nos acessos radiais em relação aos femorais (41,2% x 6,25%; p<0,05), porém os sítios femorais tiveram mais infecções/inflamações do que os radiais (43,8% x 17,6%; p<0,05). As obstruções dos acessos aconteceram, sobretudo nos casos com mais coletas de sangue (45,5% em pacientes com coletas de 1h/1h e 33,3% de 2h/2h), apesar da pressurização da bolsa estar adequada em 87,9% dos casos. Conclusões: Os acessos radiais são mais sujeitos a obstruções, devido a maior manipulação do sistema para a coleta de sangue e os femorais às infecções pela facilidade de contaminação pela proximidade perigenital. Este indicador serviu como sinalizador para monitorar problemas específicos que requerem revisão intensiva na continuidade do cuidado de enfermagem e ter capacidade de exercer influência na prestação de cuidados ao paciente visando melhorar a qualidade da assistência.

Correspondência para: Ana Lucia Cascardo, e-mail:

marins.ana@ig.com.br