Goiânia, 07 de novembro de 2005.

VIVÊNCIAS DO FAMILIAR FRENTE AO PACIENTE COM DOENÇA CRÔNICA

Alana Arantes Santos

Vânia Moreno

INTRODUÇÃO: Tem-se presenciado mudanças à assistência prestada aos portadores de situação crônica de vida, dessa forma, a família tem sido orientada para o participar do cuidado ao paciente. O sistema familiar sofre um desajuste em sua forma de organização e em suas funções, pois passa a ter que adaptar a uma nova dinâmica com necessidades e atividades relativas ao tratamento e apoio ao membro portador da deficiência, alterando estilo de vida, relações interpessoais e finanças. Além dos problemas relacionados com o cotidiano de cuidar as famílias de pacientes crônicos experienciam outros tipos de problemas em seu processo de viver revelando as variedades das perdas familiares decorrentes da presença de uma doença crônica. OBJETIVO: Apreender como os familiares convivem com a experiência de cuidadores, quais as sobrecargas atribuídas ao seu cotidiano e identificar e contribuir para a formação de redes de apoio ao doente crônico e seus familiares. METODOLOGIA: Realizou-se uma investigação de natureza qualitativa, tipo estudo de caso. A coleta de dados foi realizada no Setor de Hemodiálise do Hospital das Clínicas de Botucatu – UNESP, sendo sujeitos dessa pesquisa familiares que acompanham o paciente à hemodiálise e que prestam cuidados a este em casa. Como instrumento foi utilizada uma entrevista semi-estruturada. Para análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo sendo encontrados três eixos temáticos. ANÁLISE DOS DADOS: As mudanças no estilo de vida provocadas pela presença de uma doença crônica na família estão associadas a alterações estruturais na dinâmica cotidiana da família devido ao acompanhamento do portador de insuficiência renal ao tratamento hemodialítico. A sobrecarga advinda do cuidado prestado pelo familiar responsável, com pouco auxílio dos demais membros da família ou mesmo de uma rede social eficiente. O adoecimento acomete também o familiar/cuidador que sofre alterações físicas e emocionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O adoecer crônico é uma situação que requer do doente e da família uma aprendizagem para o seu enfrentamento, assim, os entrevistados trazem em sua fala a dificuldade no acompanhamento do tratamento do paciente em hemodiálise, apontam para as sobrecargas físicas e emocionais, alterações estruturais e também para mudanças que ocorrem em sua vida, fazendo com que seu cotidiano seja marcado pelo ato de cuidar. Desse modo considera-se necessário formação de redes de apoio ao doente crônico e seus familiares.

Correspondência para: Alana Arantes Santos, e-mail: pastel_enf@yahoo.com.br