Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Norlai Alves Azevedo

Gisele Gambin

Pablo Viana Stolz

INTRODUÇÃO: A doação de órgãos é um tema que está sendo amplamente discutido pelos profissionais de saúde e divulgado em massa pelos meios de comunicação. A doação é um processo que envolve os profissionais de saúde, receptores e doadores, também, os familiares que exercem fundamental influência psíquica e deve ser levada em consideração, ao que diz respeito aos esclarecimentos deste ato. Buscamos desenvolver uma investigação que respondesse a questão norteadora: Qual a atuação do enfermeiro no processo de doação de órgãos no que se refere aos doadores vivos e seus familiares? OBJETIVO: Conhecer a atuação do enfermeiro no processo de doação de órgãos em relação a doadores vivos e seus familiares. METODOLOGIA: Abordagem qualitativa descritiva exploratória e entrevistas semi-estruturadas com questões abertas. O estudo foi realizado em um serviço de transplante de um hospital de grande porte na cidade de Porto Alegre. Integraram o estudo cinco enfermeiros de um serviço de pré-transplante. A unidade recebe clientes doadores e receptores que ficam internados no pré-transplante e no pós-transplante. A cada turno de trabalho atuam dois enfermeiros, durante o dia mais uma enfermeira de 8 horas. O local foi escolhido por ser um hospital de referência em transplantes no Estado. RESULTADOS: Os resultados emergidos permitiram identificar a ansiedade e desconhecimento, questionamentos mais comuns de familiares e doadores. O que a gente mais observa em familiares é a ansiedade em relação à cirurgia que vai passar o familiar dele (ORQUÍDEA). A família fica muito ansiosa, porque é uma cirurgia de grande porte, eles ficam bem ansiosos (ROSA). A ansiedade e a preocupação muitas vezes são geradas pelo desconhecimento dos familiares e doadores sobre o procedimento que será efetuado brevemente, implicações possíveis que possam aparecer no decorrer da vida pós-transplante em função do transplante, riscos mediatos e imediatos pós-cirurgia. CONCLUSÃO: A comunicação neste caso torna-se instrumento do cuidado, pois há necessidade de interação da equipe de saúde e dos enfermeiros para identificar dúvidas produtoras de ansiedade e amenizá-las. Consideramos relevante que sejam dados todos os esclarecimentos sobre o período peri-operatório aos familiares e doadores vivos, que a enfermagem faça uso da comunicação efetiva, sendo sensível diante das reações emocionais emergidas por estes.

Correspondência para: Norlai Alves Azevedo, e-mail:

norlai@terra.com.br