Goiânia, 07 de novembro de 2005.

EFEITO DA INIBIÇÃO DA HIPUSINAÇÃO EM LEISHMANIA AMAZONENSIS.

Andressa Rodrigues de Souza

Fabiana Rodrigues dos Santos

Denise Brufato Ferraz

Dr. Claudio M. Costa Neto

Dr. Francisco Juarez Ramalho Pinto

O Fator de Início de Tradução-5A (eIF5A) é uma proteína de 18 kDa que participa da proliferação celular de eucariotos. A atividade do eIF5A na proliferação celular depende da reação de hipusinação, uma modificação pós-tradução em que lisina do Fator é modificada em hipusina pela ação da enzima deoxihipusina sintase. Dos compostos descritos com atividade inibitória na formação de eIF5A hipusinada destaca-se o composto N1-guanil-1,7-diaminoheptano (GC7), um inibidor específico da enzima deoxihipusina sintase. As leishmânias são protozoários da família Trypanosomatidae, gênero Leishmania, sendo a L. amazonensis a causadora da leishmaniose cutânea. Nosso laboratório tem procurado uma forma de bloquear a replicação desses parasitas com o uso de drogas para uma possível aplicação terapêutica. Neste trabalho investigamos o efeito do GC7 na proliferação in vitro de promastigotas de Leishmania amazonensis e na diferenciação das formas amastigotas em promastigotas. Curvas de crescimento das promastigotas foram construídas, na ausência ou presença de GC7, em meio Schneider/10% de soro fetal bovino (SSFB). As culturas com 100. 000 parasitas em 2ml de meio SSFB contendo GC7 em concentrações de 12,5 micromolar a 5 milimolar eram mantidas a 25ºC por 4 a 7 dias e a contagem feita diariamente com eritrosina B. Nestes experimentos foi possível observar uma redução na replicação do parasitas conforme se aumentava a concentração de GC7. Para o ensaio da diferenciação de amastigotas em promastigotas, camundongos BALB/c infectados foram sacrificados e suas patas retiradas para coleta das amastigotas. Foram formadas culturas com 100. 000 parasitas em meio contendo GC7 em concentrações de 1 milimolar a 5 milimolar. As formas amastigotas, intermediárias e promastigotas eram avaliadas diariamente. As culturas que continham GC7 mantiveram um padrão de diferenciação semelhante ao grupo controle durante todo o experimento. Esses resultados indicam que o GC7, quando utilizado em altas concentrações, atua inibindo a replicação dos parasitas. Por outro lado, o GC7 não inibe a diferenciação de amastigotas em promastigotas. Novos experimentos estão sendo realizados para confirmação deste achado.

Correspondência para: Andressa Rodrigues de Souza, e-mail: andressa_enf@yahoo.com.br