Goiânia, 07 de novembro de 2005.

COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS ORTOPÉDICAS EM IDOSOS

Lucimeire Santos Carvalho

Zélia Viviane de Paiva Vieira

Cátia Andrade Silva

Ana Carla Petersen

Kátia Mendes da Silva

A reabilitação pós-operatória no paciente idoso possui características distintas das demais faixas etárias, já que o processo natural do envelhecimento propicia o desgaste dos sistemas orgânicos contribuindo para elevar o risco de alterações hemodinâmicas. A maioria dos idosos possui co-morbidades, a citar, problemas osteo-articulares, circulatórios, vasculares, depressão, agitação, tornando sua reabilitação mais lenta. Em vista disso, o presente estudo tem como objetivo analisar os fatores predisponentes às complicações pós-cirúrgicas ortopédicas em idosos de uma UTI de referência na especialidade de traumatologia e ortopedia na cidade de Salvador-Ba. Trata-se de estudo retrospectivo de caráter quantitativo e descritivo, realizado no período de janeiro a abril de 2005, com amostra aleatória de 30 idosos. A coleta foi realizada através de formulários, preenchidos pelo pesquisador, com dados extraídos dos prontuários. Os dados foram tabulados e submetidos ao cálculo epidemiológico de risco relativo. Observou-se que a maioria dos idosos do estudo era do sexo feminino (67%), o maior tempo de internação dos idosos em pós-operatório de cirurgias ortopédicas foi de 03 dias (56,7%), a queda da própria altura representou a etiologia do trauma com maior percentual (60%), o quadril foi à estrutura óssea mais traumatizada e conseqüentemente a cirurgia mais realizada foi a artroplastia de quadril - ATQ (40%), o tipo de cirurgia com o maior índice de complicação foi a ATQ (45,4%), a infecção foi à complicação mais observada (64%) e a hipertensão arterial sistêmica - HAS e as cardiopatias foram as duas patologias mais associadas a complicações pós-operatórias nos idosos do estudo. Comportaram-se como fatores predisponentes às complicações, a idade mais avançada, as patologias e as cirurgias prévias, registrando respectivamente valores de risco relativo de 3, 1. 5 e 1. 4. Salienta-se que o sexo feminino foi fator protetor para as complicações pós-operatórias em idosos (0. 6). Com base nos achados do estudo, conclui-se que há necessidade premente de implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória, fundamentada na identificação dos riscos potenciais e prevenção das possíveis complicações pós-cirúrgicas que são freqüentes nos idosos.

Correspondência para: Kátia Mendes da Silva, e-mail: meirebom@ig.com.br