Goiânia, 07 de novembro de 2005.

O ESTILO DE VIDA DO CLIENTE HIPERTENSO NUMA PERSPECTIVA PSICOSSOCIAL.

Enéas Rangel Teixeira

Alinny Rodrigues Lamas

Juliana da Costa e Silva

Ronivaldo Menegussi de Matos

Trata-se do resultado de um projeto de pesquisa aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RJ (FAPERJ) e pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da Universidade Federal Fluminense (PROPP/UFF). Um problema que surge no campo da educação em saúde, é que, pouco se conhece sobre a formação desse estilo de vida do cliente, sendo elaborado vários conceitos e preconceitos sobre a vida do cliente, muitas vezes de cunho moral. O nosso referencial teórico procura entender a realidade objetiva e subjetiva do cliente, no contexto da determinação psicossocial da saúde. Temos como objetivos: Levantar os aspectos objetivos de vida do sujeito que influenciam o cuidado com a saúde e analisar os resultados numa perspectiva psicossocial do estilo de vida. A pesquisa é do tipo exploratória - quantitativa. O universo considerado abrange uma Policlínica da Fundação Municipal de Saúde de Niterói-RJ. A amostragem foi de 220 questionários. Dos sujeitos pesquisados: 50% tinha a idade de 50 a 70 anos. 81% era do sexo feminino. 44% estava normotenso. Os achados foram arrumados em duas categorias temáticas: hábitos de vida e estado emocional. Sobre os hábitos de vida, constatamos que os fatores significativos que influenciam o sujeito no seu autocuidado foram: medicação, dieta hiperssódica, inatividade física, baixa renda, ausência de lazer e de atividades sexuais. Dessa forma, 89% dos sujeitos fazem uso de anti-hipertensivos. 64% dos clientes não realizavam atividades de lazer e 40% não praticava exercícios físicos. Os dados indicam que as condições de vida dos indivíduos em estudo, incluindo a baixa renda não são satisfatórias. Sobre o estado emocional - 41% dos sujeitos se consideram tranqüilos, 59% apresentam transtornos emocionais (23% ansiosos, 25% estressados, 6% deprimidos, 3% outros). Assim, tensão, ansiedade e nervosismo predispõem à hipertensão arterial e dificultam o cuidado de si. Concluímos que os hábitos considerados não saudáveis, tais como tabagismo, uso de bebida alcoólica, alimentação gordurosa foram expressivos nesse trabalho, mostrando a importância de uma intervenção adequada à subjetividade do sujeito. Enfim, o estilo de vida é primordial para a manutenção da qualidade da saúde, e para isso requer maior participação do cliente no seu tratamento e autocuidado. Isto se realiza através de um trabalho educativo que lida com a cidadania e com os valores culturais do cliente.

Correspondência para: Alinny Rodrigues Lamas, e-mail: alinnylamas@ig.com.br