Goiânia, 07 de novembro de 2005.

VISITA AO RN INTERNADO EM UTI NEONATAL: PERCEPÇÃO DOS PAIS

Marinalva Dias Quirino

Bárbara Franco Mittag

Paula Verônica Souza Borges

A internação do filho recém-nascido (RN) em uma unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) coloca os pais em situação que foge de seu cotidiano e domínio. Sentem-se fragilizados, receosos e distantes destes. Os equipamentos existentes na unidade e sua dinâmica aumentam sua ansiedade. Assim, a internação pode interferir no processo de vinculação pais e filhos. Diante disso, os pais precisam sentir-se acolhidos pelos profissionais que assistem o RN durante a visita, perceberem que são importantes na recuperação do filho, podendo participar dos cuidados prestados ao bebê, esclarecer dúvidas e expressar seus sentimentos. Esta pesquisa teve como objetivos conhecer a percepção dos pais relacionadas à visita ao filho internado em uma UTIN e identificar suas necessidades no momento da visita. Este é um estudo descritivo, qualitativo, realizado em um hospital público do município de Salvador - Bahia. A coleta dos dados ocorreu em maio de 2005, por meio de entrevista semi-estruturada, gravada em fita cassete. Foram entrevistadas sete mães que tinham filhos internados na UTIN por um período mínimo de sete dias. Foi utilizado o referencial de Bardin (1977), que define análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens. Foram respeitados os aspectos éticos e legais segundo a Resolução 196/96, referentes à pesquisa em seres humanos. Temas identificados: 1)vivenciando o momento da visita - os pais relataram que durante a visita sentem-se felizes em poder ver e estar próximo do filho confirmado na fala:"Eu me sinto muito feliz, principalmente quando eu vejo que ele tá melhor. " (Tulipa); 2)vivenciando um momento de aprendizagem - a visita é considerada para os pais um momento de aprendizagem para cuidar do bebê e de dar continuidade ao vínculo afetivo entre eles. ". . . me ensinaram que tem que conversar com o bebê pra ele sentir que a mãe tá perto e tocá-lo. " (Violeta); 3) percebendo as necessidades dos pais. Os pais relataram aspectos que dificultavam a visita: "Se tivesse um colchonete, um cantinho pra me encostar eu ficaria por aqui. "(Orquídea). Os dados deste estudo mostraram a relevância da visita para os pais. Neste sentido, a equipe de saúde ao assistí-los pode promover e facilitar a participação no cuidado do filho colaborando com seu aprendizado, principalmente com a continuidade da vinculação afetiva.

Correspondência para: Marinalva Dias Quirino, e-mail: mdquirino@hotmail.com