Goiânia, 07 de novembro de 2005.

FIQUEI OSTOMIZADO, E AGORA? - RELATO DE EXPERIÊNCIA

Camila Carolina da Silva

Kelly Cristina Ferreira

Márcia Tasso Dal Poggetto

A confecção de ostomias causa grande repercussão sobre os clientes e seus familiares no âmbito sócio-econômico, cultural, psicológico e espiritual. Quando os clientes colostomizados, se deparam com um dispositivo aderido ao abdome surge a preocupação de o que fazer, o que usar e como cuidar. Sendo assim, o período de internação deve ser utilizado para desenvolver com o cliente habilidades e atitudes para o autocuidado com vistas à reabilitação, cabendo aos profissionais de saúde adequação de suas práticas na questão educativa. Neste contexto, a visita domiciliária enfoca o cliente no meio em que vive, em sua intimidade, detecta suas dificuldades de adaptação a nova situação, favorece a compreensão de sua realidade para atuar sobre ela. Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos clientes colostomizados, identificar suas capacidades individuais e grau de conhecimento sobre medidas essenciais para a participação no processo de autocuidado, desenvolvemos este estudo visitando os clientes em seus domicílios. Foi aplicado um instrumento de coleta de dados no período de dezembro/2004 a abril/2005, numa amostra de 17 clientes portadores de colostomias, residentes na cidade de Uberaba-MG. Houve predominância do sexo o masculino; 13 clientes possuem colostomia em caráter temporário; 15 clientes secam a pele antes de colocarem um novo dispositivo e 6 fazem uso de substâncias químicas para limpeza e auxílio na retirada do material adesivo; 10 clientes apresentam pele íntegra, 5 algum tipo de alergia e 2 eritema; os clientes do sexo masculino apresentaram maior dependência de terceiros; 6 não receberam informações durante o período de internação e 11 receberam apenas informações técnicas; 10 clientes verbalizaram que a auto-imagem foi profundamente alterada. Frente à complexidade do tratamento e da reabilitação do ostomizado, os resultados obtidos denotam que os cuidados de enfermagem ao cliente ostomizado devem iniciar-se no momento do diagnóstico e da indicação da confecção de uma ostomia, o que diminuirá sofrimentos e favorecerá a reabilitação. A assistência domiciliar proporciona não apenas cuidados ao cliente, mas também realiza um intenso trabalho educativo com seus cuidadores, de forma particularizada e humanizada, tornando-os capazes e seguros para a continuidade do cuidado, diminuindo o impacto causado na modificação do estilo de vida, nos valores subjetivos, sociais e emocionais.

Correspondência para: Kelly Cristina Ferreira, e-mail: kelly_fmtm@yahoo.com.br