Goiânia, 07 de novembro de 2005.

EPIDEMIOLOGIA DO RISCO DE ACIDENTES AOS TRABALHORES DE HOSPITAL ENSINO

Iara Aparecida de Oliveira Sêcco

Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi

Denise Sayuri Shimizu

Márcia Maria da Silva Rúbio

Hospitais caracterizam-se pela função específica de prover cuidados de promoção à saúde aos usuários dos serviços, além de espaço para a pesquisa e a formação profissional dos profissionais da área. Contudo, apresentam-se como fontes potenciais de riscos para a saúde física e mental dos trabalhadores que ali atuam, na busca diária de atender aos objetivos a que se destinam. As notificações de Acidentes de Trabalho (ATs) são instrumentos importantes de vigilância epidemiológica e avaliação da situação de saúde desses trabalhadores, possibilitando análise dos agravos e indicando estratégias de prevenção de novos casos. Este estudo objetivou analisar os ATs notificados em Hospital Público de Ensino do Norte do Paraná, estimar indicadores de risco dos eventos, segundo as variáveis ligadas a pessoa, tempo e espaço, assim como apontar estratégias preventivas. A coleta de dados deu-se através das notificações oficiais de ATs (Comunicação de Acidentes de Trabalho e Notificações de Acidentes de Trabalho com Material Biológico) entre os anos de 1997 a 2002. documentos estes obtidos nos órgãos da Instituição. Constatou-se que, dos 717 acidentes notificados, 86% foram típicos e apresentaram o Coeficiente de Risco Médio Anual – CRMA- igual a 6,0 acidentes a cada 100 trabalhadores. Os resultados mostraram que os trabalhadores da Diretoria de Enfermagem apresentaram o maior CRMA (igual a 9,8), sendo responsáveis por 65,1% (467) dos acidentes. A categoria que apresentou os maiores CRMA para acidentes típicos foram a dos cozinheiros (32,0) e dos marceneiros (15,0). Quanto à natureza do acidente, os riscos com materiais biológicos foram os mais presentes (CRMA igual a 2,8), atingindo de maneira expressiva os trabalhadores de enfermagem. As mãos foram a parte do corpo mais atingida (CRMA de 3,9), principalmente pelo manuseio de perfurocortantes. Constatou-se a necessidade de implementação de ações preventivas na Instituição, com a revisão dos processo de trabalho e, especial atenção na prevenção de doenças ocupacionais graves como Síndrome da Imunodeficiência Adquirida e Hepatite B e C.

Correspondência para: Iara Aparecida de Oliveira Sêcco, e-mail: iarasecco@sercomtel.com.br