Goiânia, 07 de novembro de 2005.

DEPRESSÃO E AUTO-ESTIMA ENTRE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

Antonia Regina Ferreira Furegato

Edilaine Cristina da Silva

Mariara Cássia de Campos

Roberta Peliçari de Toledo Cassiano

INTRODUÇÃO: O aumento dos casos de depressão evidenciado na população geral traz como conseqüências sérios prejuízos sociais, na medida em que interfere nas relações interpessoais, aumenta os riscos de suicídio e provoca intenso sofrimento para a pessoa afetada. Auto-estima e a auto-imagem estão intimamente relacionadas e são construtos da personalidade. Os níveis de auto-estima influenciam a valorização e a confiança pessoal, sendo responsáveis por muitos êxitos e fracassos nas diferentes situações cotidianas, incluindo a escola e o trabalho. OBJETIVOS: Partindo destes pressupostos, este estudo objetivou conhecer o perfil, os sinais indicativos de depressão e os níveis de auto-estima entre acadêmicos de enfermagem, correlacionando esses indicadores. METODOLOGIA: Foram aplicadas a Escala de Zung e o Inventário de Beck para a avaliação de depressão, e escala de Janis e Field para a avaliação da auto-estima. As escalas, auto-respondidas, foram aplicadas em 242 alunos do 1º, 2º e 3º anos de graduação em enfermagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os alunos apresentaram idade entre 17 e 44 anos, sendo 40% acima dos 25 anos, 4,4% não eram solteiros e 4,9% eram homens, indicando mudança no perfil desses alunos. Na categoria sem depressão alocaram-se 80,8% dos alunos, sendo que todos os indivíduos com altos níveis de estima pessoal (17%) estavam neste grupo. Os casos de disforia somaram 10,3% e os de depressão moderada e grave 6,7%, sendo que estes alunos apresentavam a auto-estima média ou baixa. Os 14 alunos que apresentaram sinais de depressão moderada e 1 grave foram ouvidos, orientados e encaminhados. CONCLUSÕES: Os instrumentos usados mostraram equilíbrio de avaliação de seu objeto. A freqüência de depressão entre acadêmicos de enfermagem mostrou estar dentro dos níveis esperados para a população geral, contudo os níveis de auto-estima mostraram-se abaixo do esperado. A enfermagem deve estar preparada para identificar sinais de alerta para depressão e baixa auto-estima, a fim de que sejam tomadas as medidas preventivas para evitar prejuízos no desempenho pessoal e profissional. Devemos começar a criar o mundo solidário dentro da própria profissão.

Correspondência para: Antonia Regina Ferreira Furegato, e-mail: furegato@eerp.usp.br