Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PREVENÇÃO DO CÂNCER DE CÉRVICE: CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO

Maria Elisabeth Cestari

Francianne de Azevedo Giovanella

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de colo uterino é uma das principais causas de morte por câncer no sexo feminino em nosso país, apesar de apresentar índices de cura que se aproximam dos 100% quando detectado precocemente. Portanto, torna-se necessário questionar os fatores que colaboram para a persistência desta taxa de mortalidade. Os autores divergem sobre as taxas de cobertura do exame preventivo: alguns estudos apontam uma taxa tão elevada quanto 80% da população feminina, já o ministério da saúde afirma que esta taxa é de cerca de 30%. Partindo destes fatos, foi elaborado o presente projeto que teve como objetivo investigar o conhecimento que mulheres moradoras em um bairro de periferia têm sobre o exame preventivo do colo uterino e as razões que apresentam para realizarem ou não este exame. Acredita-se que o conhecimento da realidade local permita o desenvolvimento de estratégias mais eficazes na detecção precoce do câncer de colo. Esta pesquisa caracterizou-se como um estudo exploratório-descritivo de abordagem qualitativa. A coleta de dados foi dividida em duas etapas: caracterização da população e dos serviços de saúde oferecidos no município por meio de pesquisa documental; entrevistas com os componentes de uma equipe de PSF e mulheres na faixa etária entre 15-60 anos, residentes no bairro atendido por esta equipe. O tamanho da amostra foi determinado pela saturação dos dados. Foram entrevistadas 27 mulheres com idade entre 16 e 60 anos, sendo que 26 destas já ouviram falar no exame de Papanicolaou, tendo recebido informações de diferentes fontes: Tv, vizinhos e profissionais da saúde. Do total de entrevistadas, 70% já realizaram pelo menos uma vez este exame, embora apenas quatro entrevistadas (14,8%) o façam de forma regular. No momento da entrevista 12 mulheres (44,4%) apresentavam queixas ginecológicas. Entre as razões apontadas para a não realização do exame encontramos a dor e desconforto, o constrangimento e a demora na entrega dos resultados. Ficou evidente a importância da educação para a saúde e da disponibilização de um serviço capaz de atender as expectativas da população. Considerando as características das profissionais de enfermagem, acreditamos que estas tenham papel fundamental na prevenção do câncer de colo uterino não só incentivando a realização dos exames periódicos, mas também orientando sobre outros cuidados preventivos.

Correspondência para: Maria Elisabeth Cestari, e-mail: bethcestari@yahoo.com.br