Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A FADIGA NO TRABALHO EM SAÚDE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Samantha Reikdal Oliniski

Solange Rothbarth

Elis Martins Ulbrich

Karina Felisbino

O ambiente de trabalho em saúde é naturalmente gerador de fadiga e mobilizador de emoções em seus trabalhadores. As atividades em turnos alternantes, jornada de trabalho extensa, risco químico, biológico e físico, necessidade de atenção constante, elevado nível de complexidade para o desenvolvimento das ações, a própria natureza do trabalho, o lidar com o sofrimento, dor e morte são fatores agressores à saúde e ao bem-estar dos profissionais e podem deixá-los susceptíveis à fadiga decorrente do trabalho. Diante dessa perspectiva e da curiosidade em compreender e perceber como a fadiga está relacionada ao trabalho em saúde, realizou-se uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de levantar e analisar a literatura científica produzida acerca da fadiga e de sua relação com o trabalho. Para tal buscou-se publicações em base de dados (LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; Scielo), bibliotecas (de universidades como UFPR, UNICENP e PUC, Biblioteca Pública do Paraná) e livrarias. Constatou-se que o assunto é abordado principalmente em livros, artigos de periódicos, dissertações e monografias, datadas entre 1962 e 2004. Apesar da diversidade de publicações o conteúdo específico sobre o tema é pequeno e confuso, encontrado muitas vezes em alguns trechos e de maneira difusa no texto. Grande parte da literatura encontrada apenas cita a fadiga ou a considera como um sintoma proveniente da doença ou alteração fisiopatológica. Ela tem sido usada ainda para descrever desgastes físicos e distúrbios psíquicos, como alterações de sono e humor. Está relacionada ao estado nutricional, processos metabólicos, mecanismos orgânicos, atividade física, repouso, turno de trabalho, relacionamento interpessoal e satisfação. Muitas vezes é confundida com cansaço e estresse. Observa-se que a percepção da fadiga está centrada no modelo biomédico e relacionada à ergonomia, evidenciando a necessidade da fadiga ser considerada de modo mais abrangente na saúde do trabalhador, pois não está relacionada apenas a forma como o trabalhador age e realiza as suas tarefas laborais e/ou como cuida de sua saúde. O trabalho também pode ser o causador ou contribuir para o adoecimento. Diante disto, fica patente a necessidade de um maior número de pesquisas sobre o tema.

Correspondência para: Samantha Reikdal Oliniski, e-mail: saoliniski@yahoo.com.br