Goiânia, 07 de novembro de 2005.

CUIDADORAS EM SAÚDE MENTAL: A PRÁXIS DO CUIDADO NO CLUBE DE LAZER

Aíla Coelho do Carmo

Michèle Malheiro Borges de Aquino

Anna Cristina Cardoso Fontes dos Santos

INTRODUÇÃO: A partir da Reforma Psiquiátrica, a reabilitação psicossocial surgiu como uma necessidade ética. Neste contexto, o Clube de Lazer e Cidadania Colônia é um dos cenários, no qual as Cuidadoras em Saúde Mental fazem parte, sendo sua práxis o objeto desta pesquisa. Através dela, espera-se contribuir ao Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira e outros serviços, com a reflexão sobre as diferentes atividades realizadas no Clube por elas e de que forma se pode atingir as expectativas da reabilitação através dessa práxis. OBJETIVOS: Analisar a práxis das Cuidadoras do Clube de Lazer e seus entendimentos sobre o cuidado, realizar um recorte histórico dos Cuidadores do IMASJM, e analisar o Clube de Lazer como ambiente de cuidado e estratégia de reabilitação. METODOLOGIA: Os dados foram obtidos, por meio de entrevistas semi-estruturadas com as Cuidadoras. A abordagem qualitativa utilizada foi a metodologia da sociologia compreensiva fenomenológica de Alfred Schutz. RESULTADOS: O IMASJM busca trabalhar com essas pessoas fora de um olhar especializado, desta forma não há um estranhamento da realidade do usuário. Para tanto os Cuidadores em Saúde Mental são pessoas com saber leigo. Entretanto, com a pesquisa, percebeu-se que os sujeitos estabelecem uma associação do conhecimento científico à qualidade da assistência prestada ao cliente. A função desses agentes é estar com o usuário em seu dia-a-dia, auxiliando nas dificuldades do cotidiano e estimulando a manifestação da individualidade, do auto-cuidado e da sociabilidade. As Cuidadoras consideram o Clube, um local de Reabilitação Psicossocial do usuário pela liberdade, percepção temporal e atividades que este espaço proporciona, entretanto, o desconsideram como ambiente de Cuidado, mesmo entendendo que este não se limita apenas ao corpo ou ao auto-cuidado, considerando o Clube, um ambiente de recreação, de lazer. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Quando o Cuidado for pautado nos projetos de vida da população, ou ser uma ação mediadora e não prescritiva, no qual o direito a liberdade de escolha e a responsabilidade são os princípios orientadores, poderemos identificar um Cuidado singular, como acontece no Clube. Deve-se incentivar o fortalecimento de campanhas que desmistifiquem a pessoa em sua existência/sofrimento, para que se possa recuperar a autonomia desses usuários, através do apoio, da ajuda e do incentivo, fazendo com que estes criem possibilidades concretas de sociabilidade e subjetividade.

Correspondência para: Aíla Coelho do Carmo, e-mail: aila_coelho@yahoo.com.br