Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ENFERMAGEM E AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO À EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO

Ana Lúcia Carvalho Mello

Viviane Cristina Valdambrini

Lívia Maria Creste

Elucir Gir

A enfermagem constitui-se na maior força de trabalho no ambiente hospitalar, estando sujeita a acidentes com materiais perfurocortantes que podem transmitir infecções pelo vírus HIV, HCV e HBV, dentre outras. Assim destacando, os profissionais devem aderir às precauções-padrão, realização de procedimentos com segurança, uso correto de EPI, não manipulação de materiais perfurocortantes e biológico desnecessariamente, visando segurança nas suas atividades (Brasil, 2004). Analisar as principais medidas que os profissionais de enfermagem empregam no cotidiano de trabalho e também as medidas que deveriam ser implementadas e não têm sido, visando à prevenção de exposição a material biológico, relacionando aos motivos dos acidentes ocorridos. Estudo descritivo exploratório realizado em um hospital universitário do interior paulista. Fizeram parte do estudo 167 enfermeiros e auxiliares de enfermagem da Clínica Médica, Cirúrgica e da Unidade Especial de Tratamento de Doenças Infecciosas. Os dados foram coletados entre dezembro de 2003 e dezembro de 2004, através de entrevista individual semi-estruturada. Sobre medidas que consideram importantes na prevenção de acidentes com material biológico cada participante referiu de uma a cinco medidas, sendo as mais citadas: 141 relataram uso de EPI, 32 descarte correto de material perfurocortante e 32 atenção durante a realização de procedimentos. Em relação às medidas que ainda não foram implementadas, as mais citadas foram: falta de EPI referida por 29 profissionais, falta de treinamento constante dos profissionais mencionada por 24, falta de conscientização destacada por 15 trabalhadores e defasagem no número de funcionários também citada por 15. De 167 profissionais, 26 (15,56%) sofreram exposição a material biológico potencialmente contaminado e os principais motivos determinantes das exposições foram: 6 destacaram falta do uso de EPI, 4 falta de atenção durante realização de procedimentos e 6 descuido e pressa durante realização de procedimentos. Conclui-se que apesar dos profissionais reconhecerem a importância do uso de EPI e atenção durante realização de procedimentos, verifica-se que parte dos motivos determinantes dos acidentes foram justamente a desobediência a estas medidas. Contata-se uma discrepância entre o que os profissionais relatam e o que fazem realmente na prática. CNPq

Correspondência para: Ana Lúcia Carvalho Mello, e-mail: ana49enf@yahoo.com.br