Goiânia, 07 de novembro de 2005.

ÉTICA E PREVENÇÃO DE INFECÇÃO: A PRÁTICA EM FOCO

Angela Schwochow Schossland

Rosilda Veríssimo Silva

O controle da infecção hospitalar é uma preocupação constante. Os menos avisados poderão pensar que isto é discurso dos tempos atuais. Ledo engano. O controle de infecção hospitalar remota dos anos 1847 e 1856 com Ignaz Philipp Semmelweis e com Florence Nightingale, respectivamente (MARTINS, 2001). Acreditamos que esse controle só será efetivado quando os profissionais da área da saúde se conscientizarem de que o número de infecções também será reduzido por simples ações que valerão vidas. Muitas destas ações foram aprendidas em salas de aula, nos laboratórios de técnicas das escolas e nos estágios em instituições de saúde. Atuando no ensino de graduação como docentes da disciplina Fundamentos de Enfermagem e de Exercício de Enfermagem, sempre nos intrigou a negligência de alguns profissionais de saúde, com os conhecimentos aprendidos durante a sua formação acadêmica. Na enfermagem as disciplinas abordam o aspecto da responsabilidade profissional com aqueles que procuram e recebem os seus cuidados. A partir de ponderações sobre esta problemática, participamos da Semana de Enfermagem em 2005, no IELUSC, cujo foco central foi promover a reflexão das diferentes situações que emergem no cotidiano da prática de cuidar do outro. Especificamente com relação a infecção hospitalar preocupou-nos as dimensões técnica e ética – das quais questionamos entre outras: qual a justificativa para a inobservância de práticas preventivas durante os cuidados? Usamos as luvas de procedimento e as estéreis obedecendo aos princípios científicos? Lavamos as mãos na técnica correta? Acondicionamos roupas e materiais pérfuro-cortantes de maneira ideal? E o uso de vestimentas, calçados, cabelos e adereços? Até que ponto cumpre-se o juramento da enfermagem? Pensando nisso, elaboramos uma exposição dialogada e um vídeo ilustrativo dessas situações adversas encontradas nos diferentes campos da prática de cuidados de enfermagem. Enfatizamos a responsabilidade ética de cada um dos agentes de saúde em obediência àquilo que é declarado na colação de grau. Ao término, percebemos que esta metodologia mobilizou os participantes a considerarem sobre a importância de seguir o rigor ético e técnico científico nos procedimentos de enfermagem. Com isso também realçamos o compromisso das Escolas e dos serviços de educação continuada nas Instituições de Assistência a Saúde no intento de levá-los a co-responsabilizarem-se no controle e prevenção das infecções.

Correspondência para: Angela Schwochow Schossland, e-mail: agla@netvision.com.br