Goiânia, 07 de novembro de 2005.

A METODOLOGIA ATIVA NO PROCESSO SAÚDE DOENÇA

Carmen Maria dos Santos Lopes Monteiro Dantas da Silva

O conceito de saúde e doença, não é algo novo, mas polêmico pela sua subjetividade e profundidade de seu significado. Fazem parte das diversidades culturais, bio-psico-sociais e políticas do indivíduo, explicitadas pelo conjunto complexo de valores, idéias, comportamentos, vivências, direitos, entre outros. A compreensão deste pensar se mostra desafiador, por compreender que existe uma desigualdade social, que encaminha o indivíduo à busca de diferentes formas de vivenciar a realidade. Para tanto, se delineou como objeto do estudo, a construir concepções do processo saúde-doença, a partir de metodologias ativas. O objetivo foi vivenciar a estratégia da problematização com os alunos de graduação de enfermagem na construção das concepções dos conceitos de saúde e doença. Tratou-se de pesquisa com abordagem qualitativa e descritiva. Os sujeitos da pesquisa foram 30 estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem, em um cenário de prática, de uma instituição de ensino superior do Estado do Rio de Janeiro. Solicitou-se o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, em atendimento à Resolução 196/96 do Ministério da Saúde. A produção de dados foi sistematizada da seguinte maneira: 1a fase: aproximação da realidade; 2a fase: significação; 3a fase: teorização/reflexão crítica; 4a fase (des) construção. A análise iniciou-se pela interpretação dos desenhos imagéticos e palavras expressadas pelos sujeitos, em dois enfoques: percepção biológica e percepção antropossocial. No conceito saúde, a interpretação das imagens apontou para a percepção antropossocial, majoritariamente, conceberam o homem na sua integralidade, em relação com o meio ambiente com o social e consigo mesmo. A doença, segundo os desenhos livres, a ênfase esteve conexa às questões biológicas, realçando a enfermidade. Ao solicitar a significação das palavras expressadas, relacionada à saúde, alistaram um quantitativo superior à percepção biológica. Constatou-se uma divergência entre as análises. Após a teorização, o grupo percebeu que a amplitude do processo estava aquém do concebido, surgindo, a construção coletiva para o processo saúde doença. Logo a proposta da utilização da metodologia ativa, no qual os sujeitos são partes integrantes da construção do conhecimento, a reflexão pós-teorização dos conteúdos, ofereceu subsídio para a discussão, reflexão e encaminha para a transformação do pensar, enriquecido pelas experiências compartilhadas no grupo.

Correspondência para: Carmen Maria dos Santos Lopes Monteiro Dantas da Silva, e-mail: carmenmarielouis@hotmail.com