Goiânia, 07 de novembro de 2005.

PERCEPÇÃO DOS CLIENTES SOBRE A CONSULTA DE ENFERMAGEM

Maria Leoní Valle

O trauma mais que uma doença grave gera uma grande demanda em nível ambulatorial, onde a assistência tende a ser fragmentada, mecanicista, fazendo com que nem sempre o cliente seja atendido de forma holística, gerando dificuldades de entendimento pelo cliente da terapêutica necessária para a recuperação e reabilitação de sua saúde. Diante desta realidade foi implantada a consulta de enfermagem no ambulatório de ortopedia do Centro Regional de Especialidades Kennedy em Curitiba PR cuja finalidade foi fornecer orientações em relação aos procedimentos pré-operatórios para os clientes com cirurgias ortopédicas eletivas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção desses clientes em relação às orientações recebidas na consulta, foi utilizada a pesquisa convergente assistencial. A população do estudo foram os clientes adultos e idosos com problemas ortopédicos com cirurgia eletiva agendada no HUC que passaram pela consulta de enfermagem. Foi selecionada uma amostra de dez clientes que tiveram a sua consulta realizada nos meses de abril e maio de 2004, para que fosse possível a abordagem no período pós-operatório. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semi-estruturada, utilizando um questionário para levantar as percepções dos clientes em relação às orientações recebidas na consulta de enfermagem sobre o processo de internamento, jejum, exames pré-operatórios, e por fim a opinião sobre a consulta de enfermagem. Os clientes assinaram um termo de consentimento e foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da PUCPR. Para a análise dos dados as respostas dos clientes foram gravadas em fita k7, transcritas, analisadas, categorizadas e agrupadas A primeira categoria sobre o processo de internamento e as subcategorias foram documentação, informação e burocracia, percebeu-se pelas respostas que em relação aos documentos necessários não houve problemas, pois as orientações foram eficazes e o internamento foi tranqüilo, mas um cliente fez referência à burocracia excessiva de todo o processo. A segunda categoria foi em relação à orientação do jejum todos assimilaram e nenhum procedimento teve que ser suspenso, como acontecia anteriormente. A terceira categoria sobre os exames pré-operatórios todos os clientes haviam recebido as orientações necessárias e conseguiram realizar os exames. A opinião sobre a consulta de enfermagem todos os clientes afirmaram que se sentiram valorizados e que a enfermeira deu importância as suas dificuldades e os ajudou.

Correspondência para: Maria Leoní Valle, e-mail: maria.valle@pucpr.br