SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA


PREVENÇÃO
COMPORTAMENTO

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KUCHENBECKER, Ricardo. Qual é o benefício das intervenções biomédicas e comportamentais na prevenção da transmissão do HIV?. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 18, supl. 1, p. 26-42, set. 2015. Disponível em: Scielo

Introdução: Evidências científicas sustentam a integração entre intervenções biomédicas e comportamentais visando à prevenção da transmissão do HIV como estratégia de erradicação da epidemia de AIDS. Objetivo: Caracterizar o benefício comparado de intervenções biomédicas e comportamentais na prevenção da transmissão do HIV. Métodos: Revisão narrativa. Análise comparativa dos benefícios das intervenções mediante estimativa do número necessário para tratamento (NNT). Intervenções avaliadas: aconselhamento para mudança de comportamentos relacionados à exposição ao HIV; profilaxia antirretroviral pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV; tratamento de casais sorodiscordantes como prevenção da transmissão do vírus (TcP). Resultados: Estratégias de aconselhamento e de TcP apresentam NNT menores, iguais a, respectivamente, 11 (IC95% 9 – 18), em 12 meses, e 34 (IC95% 23 – 54), em 42 meses, do que intervenções de PrEP, equivalentes a 41 (IC95% 28 – 67) indivíduos para evitar um caso de infecção pelo HIV em 36 meses para homens e casais sorodiscordantes. Intervenções de PEP estão associadas a efeito protetor estimado em 81%. Ausência de ensaios clínicos avaliando PEP impede a estimativa de NNT. Conclusão: A estimativa do NNT pode ser parâmetro útil de comparação da efetividade de diferentes estratégias comportamentais e biomédicas de prevenção da transmissão do HIV. Estudos avaliando o benefício e a segurança de intervenções comportamentais e biomédicas combinadas são necessários, sobretudo considerando a fração atribuível de cada componente. A integração entre intervenções comportamentais e biomédicas é necessária para que a supressão completa do vírus se torne possível, reduzindo a replicação viral, a infectividade e, consequentemente, o número de casos.

PROFILAXIA
SERVIÇOS DE SAÚDE

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MAKSUD, Ivia; FERNANDES, Nilo Martinez; FILGUEIRAS, Sandra Lucia. Tecnologias de Prevenção do HIV e desafios para os serviços de saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 18, supl. 1, p. 104-119, set. 2015. Disponível em: Scielo

Este artigo objetiva pensar desafios concernentes à oferta das “novas tecnologias de prevenção” nos serviços de saúde num cenário em que os “avanços” na resposta mundial para o controle da AIDS são visíveis. Tomamos como material de análise informações atualmente disponíveis sobre a profilaxia pós-exposição sexual (PEP) e pré-exposição sexual (PrEP), o tratamento como forma de prevenção (TCFP) e a autotestagem. A metodologia para elaboração do texto consistiu no levantamento e análise de artigos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS: MEDLINE, LILACS, WHOLIS, PAHO, SciELO) que abordassem o tema da prevenção do HIV no contexto das chamadas novas tecnologias de prevenção. A análise dos artigos elenca alguns desafios para a gestão, organização dos serviços e atenção dispensada pelos profissionais de saúde aos usuários. O contexto atual mostra evidências sobre a eficácia do tratamento na redução do risco da transmissão do HIV, mas os desafios para a oferta das tecnologias de prevenção nos serviços de saúde perpassam profissionais de saúde e usuários em suas dimensões individuais e os serviços de saúde numa dimensão organizacional e estrutural. As intervenções devem ser disponibilizadas em um contexto de mobilização comunitária; não deve haver pressão sobre as pessoas para fazer o teste anti-HIV, tratamento ou antirretroviral como forma de prevenção. À gestão cabe o treinamento dos profissionais de saúde para informarem, esclarecerem e disponibilizarem a usuários, parceiros e familiares informações sobre as novas estratégias de utilização de antirretrovirais.