VULNERABILIDADE SOCIAL


AGROINDÚSTRIA; ASSENTAMENTOS RURAIS; AGROTÓXICO; EXPOSIÇÃO AMBIENTAL

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FERREIRA, Marcelo José Monteiro; VIANA JUNIOR, Mário Martins. A expansão do agronegócio no semiárido cearense e suas implicações para a saúde, o trabalho e o ambiente. Interface: Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 20, n. 58, p.649-660, jul./set. 2016. Disponível em Scielo

Desde 2008, o Brasil é o líder mundial em consumo de agrotóxicos. Em contrapartida, do ponto de vista da saúde pública, aumentam as taxas de intoxicação por agrotóxicos que, somente em 2012, superaram as nove mil notificações. O presente artigo tem como objetivo uma análise das transformações ocorridas nos modos de vida – e suas implicações para a saúde, o trabalho e o ambiente – decorrentes da introdução/expansão do agronegócio no semiárido cearense. Para tanto, adotamos como metodologia a Pesquisa-ação. Como método, utilizamos a Cartografia Social e a entrevista não estruturada como técnica. A análise do material qualitativo deu-se por meio da Análise de Discurso. Por intermédio das oficinas, pudemos experimentar, na prática, o desenvolvimento da consciência coletiva dos sujeitos participantes da pesquisa. Ao problematizarem sua própria realidade, obtiveram maior profundidade sobre as transformações que incidem em seus territórios, decorrentes do agronegócio.


OBESIDADE; ANTROPOMETRIA

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FREITAS, Isabel Cristina Martins de; MORAES, Suzana Alves de. O efeito da vulnerabilidade social sobre indicadores antropométricos de obesidade: resultados de estudo epidemiológico de base populacional. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 19, n. 2, p.433-450, abr./jun. 2016. Disponível em Scielo

Objetivo: O estudo teve por objetivo avaliar o efeito da vulnerabilidade social sobre os indicadores antropométricos de obesidade global e central em adultos (30 anos ou mais) de Ribeirão Preto (SP), 2006. Métodos: Estudo transversal de base populacional com amostra complexa, desenvolvida em três estágios. Modelos lineares multinível foram construídos em dois níveis: ecológico e individual. Os 81 setores censitários sorteados para a amostra compuseram o nível ecológico e foram classificados segundo o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social (IPVS). Resultados: Fatores de nível individual que apresentaram relação direta com o índice de massa corporal (IMC): idade, antecedentes familiares e pessoais de excesso de peso e consumo de lipídios, com exceção de sexo e escolaridade (relação inversa). Fatores de nível individual que apresentaram relação direta com a circunferência da cintura (Ccint): idade, antecedentes familiares de acidente vascular cerebral (AVC), história pessoal de excesso de peso, IMC, número de medicamentos, tempo de tabagismo e energia total da dieta, com exceção da variável sexo (relação inversa). Para ambos os desfechos (IMC e Ccint), a variância do IPVS nos modelos finais apresentou significância estatística (p < 0,05) revelando o efeito contextual (rho ≈ 8%) da vulnerabilidade social sobre os indicadores de obesidade, mesmo após ajustamento para variáveis de nível individual. Conclusão: Os achados apontam para a necessidade de ações de promoção de hábitos saudáveis e de prevenção da obesidade, direcionadas não apenas aos fatores de nível individual, mas ao contexto socioambiental onde os indivíduos estão inseridos.