ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA


PRÁTICA DE SAÚDE; ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

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BRITO, Geraldo Eduardo Guedes de; MENDES, Antonio da Cruz Gouveia; SANTOS NETO, Pedro Miguel dos. O trabalho na estratégia saúde da família e a persistência das práticas curativistas. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 975-995, set./dez. 2018. Disponível em Scielo

Trata-se de pesquisa com o objetivo de analisar a percepção sobre o trabalho na Estratégia Saúde da Família. Foi realizado um estudo de caso em João Pessoa, no estado da Paraíba, em 2014, que utilizou questionário aplicado a uma amostra de trabalhadores de nível superior (n = 342), entrevistas com gestores (n = 6), profissionais (n = 12) e observação simples in loco . Os dados foram tratados por meio da análise do conteúdo e estatística descritiva. A finalidade do trabalho da Estratégia Saúde da Família mais evidente no componente qualitativo foi de melhorar as condições de saúde dos usuários. Concretizava-se pela prevenção, promoção, educação e tratamento de doenças, incorporando o conceito ampliado de saúde e autonomia da população. Porém, de acordo com os dados quantitativos, era dispensado pouco tempo para tais atividades quando comparado ao destinado à demanda espontânea, gerando um expressivo número de consultas individuais. Práticas de educação, prevenção, promoção e abordagens em grupo devem ser estimuladas e incorporadas ao cotidiano da Estratégia Saúde da Família de maneira transversal a todas as ações, no qual a clínica ampliada é uma potente ferramenta. O maior envolvimento dos profissionais nestas atividades qualificará a assistência por meio da interprofissionalidade e favorecerá o rompimento com as práticas curativistas.

SAÚDE BUCAL; CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL; ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

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SANTOS, Nathália Maria Lopes dos; HUGO, Fernando Neves. Formação em Saúde da Família e sua associação com processos de trabalho das Equipes de Saúde Bucal da Atenção Básica. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 12, p. 4319-4329, dez. 2018. Disponível em Scielo

A Política Nacional de Saúde Bucal aponta como pressuposto qualificar a Atenção Básica e adequar o processo de trabalho ao novo modelo de atenção à saúde. Objetiva-se investigar a associação entre a formação profissional dos Cirurgiões-Dentistas em Saúde da Família e o processo de trabalho. Estudo transversal, multicêntrico, com 18.114 Equipes de Saúde Bucal que aderiram ao segundo ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, através de instrumento estruturado. Profissionais com formação em Saúde da Família compartilham mais sua agenda com os outros profissionais da Atenção Básica (RP: 1,04; IC de 95%: 1,03 – 1,06), organizam mais a agenda para ofertar atividades educativas de Saúde Bucal (RP: 1,03; IC de 95%: 1,02 – 1,04), garantem conclusão de tratamento dos usuários mais frequentemente (OR: 1,68; IC de 95%: 1,19 – 2,38), realizam mais visitas domiciliares (RP: 1,08; IC de 95%: 1,07 – 1,09) e utilizam mais protocolos para definição de ações prioritárias (RP: 1,06; IC de 95%:1,04 – 1,07). Investir em formação em Saúde da Família pode ser importante, portanto, para a efetivação de mudanças no modelo de atenção à Saúde Bucal, o qual ainda é pouco preocupado no cuidado integral.